Companhia tem muitos projetos, mas falta água

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Não é de hoje que o fantasma da falta de água ronda as torneiras dos curitibanos nos períodos de estiagem. Mas, de acordo com a Sanepar, a capacidade do sistema que abastece Curitiba está apta a atender a demanda pelos próximos cinco anos. "O sistema de abastecimento de Curitiba é muito eficiente", garante o gerente de operações da companhia, Wilson Barion. Segundo ele, a atual estiagem foi de uma gravidade inesperada. "Desde novembro do ano passado as chuvas vêm ocorrendo abaixo da média histórica. Os dados indicam que é a pior seca dos últimos 70 anos", diz.

Para o professor de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná Eduardo Gobbi, o sistema precisa ser revisto e não há obras emergenciais que consigam resolver a situação. A Sanepar informa estar investindo cerca de R$ 69 milhões na ampliação do sistema na região de Curitiba. Segundo a companhia, as obras ficam prontas nas próximas semanas e incluem 12 novos reservatórios – com capacidade de para armazenar 103 mil metros cúbicos de água. Mas falta a matéria-prima: água.

"Precisamos discutir a questão para o futuro. Temos mananciais importantes. A água existe, mas é necessário resolver de onde e como captar", diz Eduardo Gobbi. Atualmente, os três principais reservatórios de água da RMC são Iraí (58 milhões de metros cúbicos), Piraquara 1 (23 milhões de metros cúbicos) e Passaúna (48 milhões de metros cúbicos). Para aumentar a capacidade de armazenamento, a próxima barragem a ficar pronta é Piraquara 2 (20 milhões de metros cúbicos). Com custo de R$ 40 milhões, suas obras começaram em 2003 e devem terminar no primeiro semestre do próximo ano. Prevista para 2010, a barragem do Miringuava (37 milhões de metros cúbicos) está em processo de licitação. Outros reservatórios de grande porte estão nos planos futuros da Sanepar: o do Rio Pequeno (37 milhões de metros cúbicos) e o dos rios Despique, Maurício e Faxinal (58 milhões de metros cúbicos).