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Falta de tempo. Está na ponta da língua a resposta dada pelos consumidores que deixaram para comprar os presentes de Natal em São Paulo na última hora. O resultado são shoppings com corredores lotados e muita gente com disposição para bater perna.

Esse foi o caso da dona de casa Cristiane Rodrigues, de 32 anos, que foi ao Shopping Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, nesta quarta-feira (23) com a filha Cindy Rodrigues, de 12 anos. "Essa época do ano é muito corrida e eu acabei deixando para a última hora porque precisava que a minha filha me acompanhasse, mas ela ainda não estava de férias", justifica Cristiane, que resolveu em uma única tarde as compras de roupa nova para as festas.

A enfermeira Shirlei Santana Alcântara, de 32 anos, também deixou para a última hora. Ela foi ao Shopping Ibirapuera, também na Zona Sul, ao meio-dia de terça-feira (22). Andou, comprou alguns presentes e foi com o irmão almoçar ali perto. Fim das compras? "Não. Este foi o segundo round", brincou ela, que carregava muitas sacolas, por volta de 17h. "Não deu tempo de vir antes."

"Vim comprar presente para o pai, mãe, tio, noivo, praticamente para a família inteira. O básico", contou, rindo. O médico André Santana Alcântara, 28, irmão dela, ajudou na tarefa. "Eu gosto de fazer compras, mas ontem (segunda) eu vim sozinho para comprar o presente dela", disse, apontando para Shirlei. "Todo ano fazemos isso juntos."

Já o encarregado de cozinha Ademilton Gonçalves de Araújo, 33, prefere fazer tudo sozinho a ter gente opinando enquanto escolhe as lembrancinhas de Natal. "Você fica mais à vontade", justificou. Em uma hora, ele estava satisfeito por ter cumprido sua missão: "Comprei um perfume para uma amiga, um para mim e um tênis. Os outros presentes só vou comprar no ano novo", revelou.

Sorte dele poder adiar a entrega dos presentes, pois este não foi o caso da produtora de eventos Sabrina Winter, 31. "Não consegui comprar nem um terço do que eu deveria. Falta o do marido, dos filhos, dos pais", admitiu ela, que carregava alguns embrulhos. "Esses ainda são do amigo secreto. É a falta de tempo. Meu chefe acha que estou trabalhando e estou aqui."

A advogada Carla Gomes, de 37 anos, até se organizou e comprou o presente de toda a família em novembro. Mas ela acabou enfrentando a maratona de compras na quarta-feira, no Shopping Morumbi, por causa de uma amiga. "Mas eu não fico atrás dela o tempo todo não. Enquanto ela entra nas lojas, eu sento do lado de fora", entrega.

Natal feliz

Para o gerente de marketing do Shopping Ibirapuera, Ricardo Portela, o Natal é "a melhor época do ano" em termos de lucro com as vendas. "Este ano, esperamos um crescimento de 12% em relação ao ano passado e um aumento de 6% no fluxo de pessoas", afirmou. "Ano passado, o Natal foi afetado pela crise".

Segundo ele, nos dias 23 e 24 os cinco pisos do shopping começam a ficar mais cheios de gente e há um cliente peculiar: "Vem um monte de homem desesperado, que acaba comprando tudo errado. Aí, os dias 26 e 27 ficam conhecidos como o dia mundial da troca de presentes", contou.

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