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Se quando você pensa em fim de ano o que vem a sua cabeça são festas, confraternizações, amigo secreto, cartinhas para o Papai Noel, luzes nas janelas... enfim, imagens dignas dos comerciais que tomam conta dos intervalos televisivos nessa época do ano, sinta-se um privilegiado. Você faz parte de uma minoria. Isso porque para uma grande parcela da população, em vez de comemoração e alegria, o final do ano é sinônimo de estresse, preocupação e em alguns casos até de tristeza.

Uma pesquisa mundial feita pela empresa de consultoria FranklinCovey com 15.202 pessoas de sete países, incluindo o Brasil, constatou que 87% delas considera o fim do ano uma época estressante. E mais, 49% se dizem aliviadas quando finalmente arrancam a última folhinha do calendário. Segundo a pesquisa, as questões que envolvem a compra de presentes estão no topo da lista dos causadores de estresse. A falta de tempo e o pouco dinheiro disponível para presentear todo mundo são alguns dos problemas mais citados: 74% das pessoas afirmaram fazer todas as compras em um mês ou menos, 28% sequer elaboram uma lista do que pretendem comprar e 64% consideram a peregrinação atrás dos presentes um tempo desperdiçado.

A pesquisa ainda revelou que 80% das pessoas acaba gastando mais do que pretendia com os presentes e que além das compras, a pressão no trabalho também contribui para o estresse. Isso porque na tentativa de conseguir aquela preciosa semaninha de férias entre o Natal e o Ano novo, muita gente precisa trabalhar dobrado nas semanas que antecedem as festas. O problema é que a maioria não consegue se planejar a tempo. A pesquisa constatou que 42% das pessoas só começam a organizar as tarefas uma semana antes da folga. E com tanta coisa para deixar em dia o resultado só pode ser estresse.

Para determinados profissionais então a pressão é ainda maior. O gerente de hotel, Gilles Grimberg, já sabe que dezembro é um mês de pura correria. "O hotel fica lotado, além dos turistas essa é a época das confraternizações de empresas, só no último fim de semana foram quatro e durante a semana temos eventos todos os dias", conta. Além das cobranças no trabalho, Gilles reconhece que a agenda lotada de compromissos pessoais também acaba gerando estresse. "Até as pequenas coisas como decidir onde a gente vai passar o Natal, ir na festinha da escola das crianças, procurar o presente do amigo secreto exigem toda uma programação. Se você não se planejar, vai se estressar sim", afirma.

Para a psicóloga Marilda Lipp, presidente da Sociedade Brasileira de Stress, além de todos esses problemas de ordem prática, nessa época do ano as pessoas são tomadas por um sentimento de finitude, como se a virada do ano não representasse apenas o fim de um período, mas quase que o fim do mundo. Na ânsia de colocar as pendências em dia antes da virada, tem gente que tenta fazer em um mês o que não fez durante o ano todo. "Quando elas percebem que não conseguiram atingir todas as metas, vem aquele sentimento de frustração", afirma. Para evitar que isso aconteça, a dica da psicóloga é se organizar. "As metas são necessárias, são uma motivação, mas o ideal é estabelecer metas a curto prazo e que sejam passíveis de serem cumpridas. As coisas devem ser realizadas aos poucos durante todo o ano", aconselha.

Para Marilda, a organização também é a chave para evitar o estresse na programação das festas. A dona de casa Marilei Ribas Effgen está preparando uma festa de Natal para quase 30 pessoas e para evitar correria começou a decidir os detalhes ainda em agosto. "A cada ano a ceia acontece na casa de um dos quatro irmãos do meu marido, este ano é a nossa vez. A família é grande e como vem gente de fora tem de acomodar todo mundo. Sem planejamento não dá", conta. Além da ceia, Marilei ainda ajeita os últimos detalhes da formatura do filho mais velho. "Mesmo com planejamento sempre tem algum imprevisto, mas o negócio é você ver as coisas com tempo senão a correria é tanta que você nem aproveita os preparativos", diz.

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