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Estabelecer um modelo de gestão e flexibilizar as regras para a contratação de mão-de-obra e aplicação de recursos. Essas são algumas das prioridades para os hospitais universitários, apontadas por participantes de um seminário que discutiu o assunto ontem em Curitiba. O Seminário em Defesa dos Hospitais Universitários reuniu, no auditório do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná, representantes das instituições, do Ministério da Educação, de sindicatos e de federações de trabalhadores.

Os seminários estão sendo realizados em todo o país, para discutir uma mudança proposta pelo governo federal. Atualmente os hospitais ligados às universidades federais são vinculados ao Ministério da Educação; a idéia é vinculá-los também ao Ministério da Saúde, como forma de descentralizar o repasse de recursos.

Para o diretor geral do HC, Giovanni Loddo, o importante é definir um modelo de gestão. "O estado brasileiro deve ver se somos importantes ou não. De onde virá o dinheiro não cabe a mim dizer", diz ele. "Precisamos de um modelo que nos dê governabilidade; o nome pouco importa."

Um dos principais problemas ainda é a dificuldade para contratar funcionários. Como o governo federal não promove concursos suficientes para preencher as vagas, as instituições contratam trabalhadores em regime semelhante ao da iniciativa privada, o que gera ações trabalhistas. O HC tem cerca de 1,2 mil funcionários contratados via Fundação da UFPR (Funpar); a determinação da Justiça do Trabalho é para que pelo menos 800 sejam demitidos até dezembro, o que, segundo Loddo, inviabilizaria a instituição.

O Ministério do Planejamento pretende abrir concurso para 12 mil vagas nos próximos quatro anos, para os 45 hospitais do país. Segundo Loddo, o déficit é de 18 mil postos. Só no HC, seriam necessários mais 500 trabalhadores – além dos 1,2 mil da Funpar, há cerca de 3,2 mil concursados.

Outra dificuldade é a falta de previsão em relação ao repasse de recursos. "Não tenho idéia de quanto vai entrar no mês que vem", diz Giovanni Loddo. A média mensal de repasses, de acordo com ele, é de R$ 6 milhões, quando o ideal seriam R$ 7 milhões.

A situação dos hospitais-escola vinculados às universidades estaduais também foi discutida. No Paraná há hospitais em Londrina, Maringá e Cascavel.

Francisco Eugênio Alves de Souza, diretor do Hospital Universitário de Londrina e presidente do Conselho Estadual de Saúde, é outro que considera fundamental definir um modelo de gestão. "Temos que discutir a personalidade jurídica dos hospitais e a garantia de investimentos", diz. Segundo ele, no atual governo os hospitais receberam mais recursos do que no governo anterior. "Antes, recebíamos somente para o custeio, a água e a luz. Houve uma boa recuperação."

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