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Cerca de 150 pessoas fecharam parte da Avenida Brasília, trecho urbano da BR-369, depredaram um automóvel e depois atearam fogo no veículo: manifestação só foi contida após a chegada da polícia | Fotos: Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Cerca de 150 pessoas fecharam parte da Avenida Brasília, trecho urbano da BR-369, depredaram um automóvel e depois atearam fogo no veículo: manifestação só foi contida após a chegada da polícia| Foto: Fotos: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

A morte de um homem causou uma revolta violenta ontem no Jardim Nossa Senhora da Paz, zona oeste de Londrina. O servente de pedreiro Paulo Afonso, 43 anos, foi morto durante uma abordagem policial. Parentes e amigos acusam a Polícia Militar de tê-lo assassinado. A corporação, por outro lado, afirma que a vítima estava armada e reagiu.Cerca de 150 pessoas interditaram parte da Avenida Brasília, trecho urbano da BR-369 que corta Londrina, durante toda a manhã. Eles atearam fogo em pneus em um veículo. A pista só foi liberada por volta das 13h25. Durante a confusão, algumas crianças que participaram do protesto apedrejaram um ônibus que passava próximo ao local. A professora Lourides Aparecida Francisconi foi atingida na cabeça e encaminhada ao Hospital Evangélico. Ela foi liberada no meio da tarde e passa bem.

O porta-voz do 5.º Batalhão da Polícia Militar, tenente Ricardo Eguedis, conversou com os moradores e disse que a corporação vai investigar o caso. Ele garantiu que não haverá corporativismo e pediu que as testemunhas da morte compareçam ao batalhão para prestar depoimento e ajudar a esclarecer o caso.

Um homem que diz ter presenciado o homicídio, mas preferiu não se identificar, afirmou que a PM pediu para a vítima deitar no chão e a executou. A abordagem teria ocorrido em frente à casa de uma mulher, onde a testemunha e a vítima tomavam cerveja. Ele nega que tenha havido reação por parte do homem morto.

Denúncias de abuso

Para a ex-mulher do servente de pedreiro, Elizângela Teixeira, 28 anos, os policiais agem sempre com brutalidade e ameaçam os moradores. No caso de Afonso, ela afirmou que os policiais "plantaram" a arma para incriminá-lo. "Ele estava sentado em frente à casa de uma mulher, perto da dele, quando a polícia chegou e matou ele. Ainda colocaram uma arma para poderem falar que ele reagiu", contou.

Em conversa com o tenente Eguedis, o irmão da vítima, Sérgio Ferreira dos Santos, 38 anos, afirmou que os policiais entraram no bairro para matar Afonso. "Mandaram ele deitar e atiraram nele. Vieram para matá-lo. Colocaram um revólver na mão dele, mas meu irmão seria muito burro de confrontar a polícia com uma arma."

O porta-voz da PM ressaltou que a morte do servente será investigada, inclusive com a presença de integrantes do Ministério Público. Se for constatada qualquer irregularidade na ação, os policiais serão punidos. Em princípio, segundo Eguedis, os envolvidos na morte de Santos não serão afastados das funções.

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