Além do sistema público de saúde, os dependentes químicos podem encontrar ajuda nas comunidades terapêuticas. No Paraná, há 60 clínicas desse tipo, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Foi em uma dessas comunidades que E.D.S., que não quer ter seu nome revelado, buscou ajuda em Ponta Grossa, nos Campos Gerais.

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Usuário de drogas desde os 14 anos, E.D.S. conheceu o crack há seis. Com 30 anos, casado e pai de dois meninos, um de seis anos e outro de três, o mecânico industrial resolveu se internar a cinco meses. "Eu estava sozinho em casa. Fui aproveitar para fumar crack. Mas aí eu vi a foto do meu filho e pensei na besteira que estava fazendo. Quando minha esposa chegou em casa, pedi ajuda. Queria sair desse vício", revela.

Na comunidade, ele participa de atividades religiosas, pratica artesanato e também cuida da horta e da manutenção do local. "Nos primeiros meses é complicado. Sinto falta [da droga], mas agora ocupo a mente com outras coisas: leio a Bíblia e outros livros", afirma. O plano dele é sair da comunidade, procurar um emprego e fazer um curso universitário. "Quero crescer na vida. E para isso vou ter que mudar meus hábitos e minhas amizades", relata o ex-dependente químico.

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Segundo o diretor da comunidade, Cristiano Correia de Souza, o tempo de recuperação varia de nove meses a um ano. "Mas depois de sair daqui é necessário que a pessoa participe dos grupos de apoio para não ter recaída. Nesses grupos, a família também participa", explica. Segundo ele, a clínica dispõe, além de assistentes sociais, de um médico e de um psicólogo. "Se a pessoa tiver em uma crise é ideal ter um médico ao lado", comenta Souza.

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