Analisar o crescimento de templos e do número de pastores, garantir o respeito à doutrina por parte das igrejas presbiterianas em todo o Brasil e, principalmente, discutir e deliberar sobre temas polêmicos, como a homossexualidade e o aborto. Desde domingo e até o próximo dia 17, esses são os principais objetivos da 37.ª. Reunião Ordinária do Supremo Concílio uma espécie de assembleia geral das igrejas presbiterianas brasileiras , que acontece em Curitiba.
Desde 1910, quando foi instaurada, é a primeira vez que a reunião é realizada na Região Sul. Além de receber o evento inédito, a Igreja Presbiteriana de Curitiba (IPC) também elegeu o vice-presidente do Supremo Concílio (órgão máximo de deliberação dentro das igrejas), reverendo Juarez Marcondes Filho. "É a definitiva integração das nossas igrejas no cenário nacional, num país com dimensões continentais, e mostra que nós, curitibanos, somos muito diferentes da imagem que temos lá fora", aponta o reverendo. Para o pastor auxiliar da IPC, Wesley Emmerich Werner, o evento também contribui para dar mais visibilidade às igrejas do Sul do país. "É um enorme reconhecimento ao trabalho educacional, social e de evangelização que realizamos aqui, um reconhecimento que até então nós não tínhamos", comenta.
Posição
Durante o encontro, mais de mil pastores e presbíteros, vindos de todo o Brasil, irão discutir, aprovar e aperfeiçoar a forma como as igrejas interpretam a doutrina. "São mais de 30 comissões, que analisam praticamente todos os aspectos envolvendo a vida da igreja. Discutimos desde a expansão de templos e a formação de novos pastores até a interpretação da Constituição da igreja pelas congregações e a aprovação de nomes para cargos importantes em nível nacional", explica o pastor Ashbell Simonton Redua, da Igreja Presbiteriana de Niterói (RJ).
No que diz respeito à doutrina, o concílio também reforça a posição da igreja de trabalhar contra a descriminalização do aborto e a aprovação do Projeto de Lei Complementar 122/2006, que criminaliza a homofobia. "Somos contra o PL 122 porque acreditamos que defender a união entre homem e mulher não é ser homofóbico, mas respeitar as leis de Deus. Não vamos ser politicamente corretos apenas para agradar à sociedade", resumiu o presbítero Daniel Tadeu do Sacramento, da Igreja Presbiteriana de Salvador (BA).
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