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Três das 11 casas do condomínio no Campo Comprido foram invadidas. Bandidos fugiram após um ser atropelado | Walter Alves/Gazeta do Povo
Três das 11 casas do condomínio no Campo Comprido foram invadidas. Bandidos fugiram após um ser atropelado| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

VIOLÊNCIA

Dois tiroteios em 5 horas no Guabirotuba

Fernanda Trisotto

Um homem de 21 anos foi preso na noite de terça-feira acusado de dar cobertura a dois bandidos que tentaram assaltar o tenente-coronel Edson Fernandes Paredes Barroso, da Polícia Militar, no bairro Guabirotuba, em Curitiba. O bairro foi palco de dois tiroteios em cinco horas.

Fernando da Silva Almeida foi detido ao ser atraído por policiais até a Avenida Senador Salgado Filho. Ele teria ligado para o celular de Emerson Fernando Fernandes, 23 anos, morto em confronto com o tenente-coronel Paredes. No telefonema, um policial se passou por Fernandes, disse que teria sido baleado e precisava ser resgatado. Almeida e pelo menos mais dois homens foram até o local combinado em uma moto e um carro. Ao descobrirem a armação, iniciou-se novo tiroteio.

Almeida tentou fugir a pé, mas acabou preso. Os outros fugiram. Segundo o delegado Anderson Cássio Ormeni Franco, da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, Almeida teria dado cobertura aos bandidos na tentativa de assalto. O rapaz nega participação no crime.

Hoje, o filho de Paredes deve fazer o reconhecimento do acusado. No primeiro tiroteio, o tenente-coronel foi atingido na região da cintura e está hospitalizado.

Dez homens invadiram um condomínio residencial de luxo, no bairro Campo Com­prido, em Curitiba, na manhã de ontem, depois de terem rendido o filho, de 27 anos, de um empresário que mora no local. O grupo conseguiu fugir depois de roubar três residências. A ação só não se estendeu porque um dos assaltantes foi atropelado por um dos condôminos.O filho do morador foi rendido no Parque Barigui, onde iria caminhar com um amigo. Os dois foram abordados por homens armados quando chegavam ao parque. Eles foram levados ao condomínio (na Rua Padre José Kentenich) e obrigados a abrir o portão eletrônico. Dentro do residencial, dois bandidos renderam o porteiro e o caseiro e permitiram a entrada do restante da quadrilha.

O grupo foi direto para a residência do empresário, mantido como refém junto com sua mulher, o neto de 2 meses e a empregada. Enquanto dois assaltantes permaneceram no local, outros integrantes do grupo foram para outras casas. Entretanto, um morador que saía da garagem se assustou e acabou atropelando um bandido. O condutor foi retirado do veículo e levou uma coronhada na cabeça. Após o acidente, a quadrilha fugiu.

De acordo com a polícia, os assaltantes teriam roubado oito relógios, um notebook, cerca de R$ 500 e um computador com as imagens internas do sistema de segurança do condomínio. Ainda não há confirmação se outros bens também foram levados. Das 11 casas do residencial, três foram invadidas.

Segundo testemunhas, todos os assaltantes se comunicavam por meio de rádios o tempo todo. Eles estariam armados com duas pistolas cada um e apenas um estava com o rosto coberto. A quadrilha permaneceu no condomínio por quase meia hora. O grupo era calmo e procurou conversar e tranquilizar as vítimas o tempo todo.

Dois radiocomunicadores sintonizados na frequência da polícia foram encontrados no condomínio. Os assaltantes fugiram em dois automóveis Astra. De acordo com o superintendente Hélcio Piacceta, da Delegacia de Furtos e Roubos, as placas dos carros eram frias. A polícia espera que as vítimas reconheçam os bandidos a partir de um banco de imagens.

Vítima

O empresário – que pediu para não ser identificado – ficou por mais de 20 minutos sob a mira dos bandidos. Ele conta que o grupo demonstrou bastante tranquilidade e frieza. "Um deles disse: ‘Fique tranquilo. Não vai acontecer nada. Nós só queremos o cofre’", contou. Ao longo da ação, as vítimas ficaram na sala da casa, na companhia dos bandidos. "Eles disseram que iriam falar baixo para não assustar a criança [o neto de 2 meses] e não foram violentos ou nos ameaçaram em nenhum momento", relatou.

De acordo com a vítima, um homem que parecia ser o líder da quadrilha recebeu uma ligação no celular durante o assalto. O interlocutor perguntava por uma "casa cinza". Assaltado pela primeira vez, ele avalia que teve sorte e se portou bem diante da ação. "É como se um avião tivesse caído e, por um milagre, ninguém tivesse se machucado", afirmou.

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