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Leonir Batisti, procurador de Justiça e coordenador estadual do Gaeco | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Leonir Batisti, procurador de Justiça e coordenador estadual do Gaeco| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Como o Gaeco recebeu a notícia do recadastramento dos policiais que atuam no grupo?

Achamos que a PM não tem necessidade de fazer esse recadastramento. Eles sabem que os policiais do Gaeco estão no Gaeco.

Como a eventual substituição dos policiais militares poderia afetar os trabalhos de investigação?

O trabalho fica prejudicado com qualquer desconstituição de quaisquer equipes. Qualquer afastamento intempestivo de um policial afeta o serviço. Os policiais que trabalham no Gaeco exercem, juntamente com os promotores, uma atividade que é singular em todo o trabalho que se faz no serviço público, ou seja, são trabalhos diferentes daqueles das corregedorias de polícia e dos serviços reservados da polícia. Eles são diferentes porque exigem uma dose de confiança mútua, um treinamento para um trabalho que é coletivo e nunca individual, e que não é [para] qualquer policial, sem qualquer demérito. Se o policial não tiver o espírito que contemple essas especificidades ele não será adequado para trabalhar no Gaeco. Do ponto de vista do serviço, é inaceitável esse pensamento de substituir toda a equipe ou parte grande da equipe.

Qual é a diferença entre o trabalho realizado no Gaeco e o das corregedorias ou serviços reservados?

É o sentimento de confiança mútua entre integrantes de instituições distintas. As investigações só são possíveis porque se constituiu um grupo [com integrantes do Ministério Público, da Polícia Militar e da Polícia Civil]. Outra razão é que o Ministério Público tem total independência para investigações, o que nem sempre acontece isoladamente com as polícias. Nós pegamos policiais em delito porque nós não temos espírito de corpo com eles.

O comandante da PM disse que escolheria os policiais que seriam cedidos ao Gaeco. Como era feita a composição da equipe?

Nós indicávamos em comum acordo com o secretário de Segurança. Nós dizíamos ‘gostaríamos que o policial tal substituísse o policial tal que foi embora’. Normalmente éramos atendidos, porque o secretário de Segurança determinava, ordenava à Polícia Militar e à Polícia Civil.

Faltam cerca de 8 mil policiais militares para trabalhar na rua. Trazer os policiais que estão cedidos vai fazer diferença, como afirma o comandante da PM?

O policial que está no Gaeco produz muito mais do que se tivesse na rua naquele momento. Porque dois ou três ou 50 [na rua] não ajudariam a apurar os crimes que nós apuramos no Gaeco. Se o governo do estado acha que neste momento os 38 policiais [militares] do Gaeco são importantes para diminuir a criminalidade na rua, nós veremos se vai haver ônus político ou não.

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