No Paraná
Os números do conflito no campo no estado em 2009, segundo a CPT:
Assassinatos
Nenhuma pessoa foi morta, mas houve três tentativas de assassinato.
Invasões
Foram contabilizadas 18 invasões de terra, envolvendo 1.499 famílias.
Acampamentos
Existem 2 acampamentos no estado, com 125 famílias.
Trabalho escravo
Foram identificadas 12 situações de trabalho escravo, com 171 trabalhadores envolvidos. Destes, 151 foram libertados.
Os focos de tensão no meio rural brasileiro diminuíram, mas estão ficando mais violentos, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) braço agrário da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgados ontem. Até 15 de novembro deste ano, foram 731 conflitos, uma média de 2,29 por dia. No mesmo período de 2008, foram registrados 942, uma média de 2,5 conflitos diários. No entanto, neste ano ocorreu uma morte no campo a cada 36,5 conflitos, enquanto no ano passado havia um assassinato a cada 47 conflitos.
Para o coordenador nacional da CPT, Dirceu Fumagalli, a redução não guarda relação com os assentamentos feitos pelo governo federal. "A reforma agrária avançou minimamente. O que ocorre é que houve um enfraquecimento dos movimentos sociais e um aumento da repressão pelos fazendeiros e o próprio Estado", diz Fumagalli. Para ele, muitas famílias estão "cansadas". "Tem gente há 4, 5 anos debaixo da lona. Isso desanima."
Apesar da redução nos conflitos, o número de ocupações se manteve estável. Foram 232 em 2008, contra 231 até o momento em 2009. Assim como no ano passado, 20 pessoas foram mortas em conflitos envolvendo terras no Brasil. De acordo com Fumagalli, o estado mais problemático na questão de terra no país é o Pará. "É a região campeã no número de assassinatos", afirma o coordenador da CPT.
Neste mês, três membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foram presos e acusados de depredar a fazenda Espírito Santo, da Agropecuária Santa Barbara, cujo sócio é o banqueiro Daniel Dantas.
De acordo com a CPT, o Paraná não apresentou mortes em conflitos agrários neste ano. O estado também viu recuar índices como as tentativas de homicídio e ameaças de morte. "De modo geral, houve uma relativa tranquilização no estado", diz Fumagalli.
Para o secretário de Estado de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, os índices têm relação com as políticas públicas adotadas para a questão agrária. "Estamos cumprindo uma reintegração de posse a cada sete dias. E fazemos isso à luz do dia, depois de muita negociação e conversa e respeito tanto para com os sem-terra como para com os ruralistas", afirmou.
O dado negativo fica por conta dos casos em que foi constatada situação de trabalho análoga à escravidão. O Paraná é o quinto estado do Brasil neste tipo de situação. "Foram 171 trabalhadores sendo mantidos como escravos, a maioria deles na extração de pínus no Vale do Ribeira. Um estado como o Paraná não pode apresentar números como esses", disse o secretário.
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