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Sorocaba – O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, vê risco de acirramento dos conflitos no campo com a promessa do Movimento dos Sem-Terra (MST) de intensificar as invasões. Houve 45% mais ocupações nos últimos quatro anos, no governo do aliado Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, do que no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Foram 992 invasões de janeiro de 2003 até anteontem, contra 683 registradas de 1999 a 2002, de acordo com estatísticas da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Marina dos Santos, da coordenação nacional do MST, confirma que os sem-terra vão se articular com movimentos sindicais, de mulheres, jovens e estudantes para grandes mobilizações em torno de um projeto de desenvolvimento que "modifique a estrutura" da sociedade. O movimento vai exigir o assentamento de 150 mil famílias acampadas e, nos próximos quatro anos, de 1 milhão de famílias.

Mas, segundo Nabhan, o setor agrícola vive uma crise e não há clima para suportar invasões. "Movimentos sociais são legítimos, mas quando invadem, depredam, tornam-se criminosos. Tem de aplicar a lei: invadiu, cadeia. Mas Lula os tem como aliados. E perde a credibilidade."Falsa reforma

O presidente da UDR também critica a maneira como a reforma agrária é feita. "Essa reforma já passou da hora de acabar. O Brasil não precisa que se transformem propriedades produtivas em favelas rurais. Essa falsa reforma está saindo na base da pressão. Invadem, o governo vai lá e libera verba. É jogar dinheiro no lixo."

Nabhan defende um projeto de colonização agrária, a ser feito de "de forma técnica, não política". De acordo com ele, o agronegócio tem segurado a economia brasileira, mas o governo não reconhece. "A sociedade não aceita a invasão, a violência. Isso ficou claro no período eleitoral, quando o MST parou as invasões para não prejudicar a eleição do PT. O mundo inteiro repudia esse modelo de reforma agrária. O MST está fora de moda", considera.

"O governo priorizou o agronegócio", rebate Marina. "O Brasil precisa de um novo modelo agrícola, que dê prioridade à agricultura familiar e camponesa", diz ela.

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