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Duas pessoas morreram e pelo menos cinco ficaram feridas - uma em estado grave – durante um confronto entre seguranças particulares e trabalhadores sem-terra integrantes da Via Campesina, no início da tarde de ontem, na fazenda da multinacional suíça Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, no Oeste do estado. A polícia prendeu sete seguranças, que foram autuados por formação de quadrilha, homicídio e exercício arbitrário das próprias razões. Os presos foram encaminhados à 15.ª Subdivisão de Polícia, em Cascavel, que investiga o caso.

O conflito teria começado após a reocupação da fazenda, por cerca de 150 pessoas, na madrugada de ontem. A Via Campesina, organização que reúne movimentos de trabalhadores sem-terra, informou que durante a ocupação os camponeses soltaram fogos de artifício, espantando os seguranças do local. Por volta das 13 horas de ontem, cerca de 40 homens armados teriam se dirigido à fazenda, iniciando o tiroteio. O líder sem-terra Valmir Mota, 32 anos, conhecido como Kenun, e o segurança Fábio Ferreira de Souza, 25 anos, morreram durante a troca de tiros. Os invasores Gentil Couto Viera, Jonas Gomes de Queiroz, Domingos Barretos, Izabel Nascimento de Souza e Hudson Cardin foram encaminhados para hospitais da região. A mulher está em coma e corre risco de morte.

Segundo a Polícia Militar, os seguranças admitiram a tentativa de desocupação e alegaram que foram contratados pelo Movimento dos Produtores Rurais (MPR) para coibir invasões na região. A polícia permanece no local.

Em nota, a Syngenta lamentou o ocorrido e reforçou que "a política global da companhia determina que não se use força ou armas para proteger suas unidades". A empresa informou, ainda, que está colaborando com as autoridades na apuração dos fatos.

A estação experimental da Syngenta foi ocupada em 14 de março de 2006, por cerca de 800 integrantes da Via Campesina, e a área chegou a ser desapropriada pelo governador Roberto Requião. Em abril deste ano, a Justiça confirmou a nulidade da desapropriação. A propriedade tinha sido desocupada em julho.

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