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Em foto feita pelo MST, suposto capanga de Copetti anda armado pela fazenda | Divulgação/MST
Em foto feita pelo MST, suposto capanga de Copetti anda armado pela fazenda| Foto: Divulgação/MST

Ponta Grossa - A disputa pelas terras da fazenda São Francisco II, de propriedade do tenente-coronel reformado da PM Waldir Copetti Neves, ganhou contornos violentos no fim de semana. No sábado, sem-terra que invadiram o local, donos e funcionários se enfrentaram. Houve briga e dois funcionários da fazenda, além de uma das filhas do proprietário, Gabriela Neves, foram agredidos. Já no domingo, o dia foi de trégua entre os dois grupos. Uma equipe da PM permaneceu no local.

Os eventos do fim de semana demonstram a instabilidade na região. A poucos quilômetros da fazenda encontra-se o assentamento Emiliano Zapata, já destinado para a reforma agrária, em área que pertencia à Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope­­cuária (Embrapa). Cerca de 600 metros acima do limite da nova ocupação fica a sede da fazenda São Francisco I, onde está reunida a família de Copetti Neves. Para o MST, a área ainda pertenceria à Embrapa e teria sido adquirida irregularmente. Funcionários da São Francisco estão próximos da cerca criada ontem pelo MST em acordo com a polícia, definindo assim uma zona de segurança. Os dois grupos, antes a 150 metros um do outro, estão agora a um quilômetro de distância entre si.

Na tarde de sábado, o MST acusou os funcionários de Neves de cercarem, armados, o acampamento dos invasores, ameaçando o grupo. Em resposta, os sem-terra avançaram sobre o acampamento adversário e os expulsaram do local, quebrando também veículos da família e funcionários. Do outro lado, as acusações são de que os invasores do MST partiram para cima sem ser provocados. Os proprietários haviam montado um acampamento a 150 metros do local, para acompanhar a invasão e impedir o avanço sobre uma área maior da fazenda, o que acabou acontecendo no sábado.

Para a família de Neves, o MST o elegeu como alvo devido à participação do coronel em desocupações de terra em anos anteriores. "Hoje (domingo) está tudo quieto, continuamos esperando a reintegração de posse. Nós vamos respeitar o pedido da polícia, de não nos aproximarmos. Mas estamos amedrontados, porque o risco de violência é grande", afirma a mulher de Neves, Vanusa Hoffman. Funcionários ainda observam o acampamento.

A reintegração de posse foi expedida na última quarta-feira pelo juiz Fábio Marcondes Leite, da 4.ª Vara Cível de Ponta Grossa, e seu cumprimento ainda não foi definido pela Secre­­taria de Estado da Segurança Pública (Sesp).

Os integrantes do MST não foram encontrados ontem para comentar novamente os eventos de sábado, mas enviaram à Gazeta do Povo um vídeo gravado por celular e uma foto que mostram o que seria um funcionário de Neves portando um revólver. Outras pessoas ostentavam paus e facões, também do lado do MST. Após as agressões contra a família e funcionários de Neves, o coronel reformado afirmou que, se estivessem portando armas, as agressões não teriam ocorrido e poderia haver feridos também do outro lado. Ele acusou omissão da Sesp no caso.

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