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Num protesto que contou até com a participação de uma banda de música – cerca de 200 estudantes do ensino médio e universitário de Curitiba cobraram ontem da Urbs (empresa que gerencia o transporte coletivo na capital) o direito ao passe livre estudantil. Conseguiram da prefeitura a promessa de que uma resposta será dada em um mês, mas não sem antes enfrentarem uma boa dose de empurra-empurra e confusão. No saldo do protesto consta também uma porta de vidro quebrada e o afastamento de uma delegada acusada de abuso de poder.

"O que queremos é garantir o acesso de todos à educação", explica o estudante de Psicologia Thiago Bagatin, um dos líderes do protesto. A manifestação de ontem, segundo ele, foi organizada pelo Movimento Passe-livre, criado este ano em Porto Alegre, durante o Fórum Social Mundial. O movimento estaria organizando protestos em várias cidades brasileiras. "Distribuímos mais de 15 mil panfletos em faculdades e escolas de ensino médio da cidade", informa o jovem. Além da gratuidade, os estudantes também reivindicam maior transparência no processo de licitações do transporte coletivo e redução significativa no valor da tarifa.

Negociação

Foram mais de duas horas de barulho e gritos rimados de protesto. Numa tentativa de invadir o prédio da Urbs, os estudantes acabaram quebrando a porta de vidro na entrada do prédio, que fica na rodoferroviária de Curitiba. Diante da disposição da empresa em negociar, os estudantes desistiram de entrar no local, mas a venda de créditos para o cartão de vale-transporte foi suspensa até o fim da manhã. "O que está sendo pedido aqui também são soluções buscadas pela prefeitura. Não podemos oferecer uma isenção sem identificar a fonte de recurso que pagará por ela. Toda despesa com o transporte coletivo é paga com a receita da passagem", diz o diretor de transporte da Urbs, José Antônio Andreguetto, que assinou o termo de compromisso com os manifestantes.

Em meio a tambores, skates e aos mais variados cortes e cores de cabelo era possível identificar tanto estudantes de escolas públicas como particulares, a maioria secundaristas. A jovem Isis Keroclauch, de 15 anos, confirma que não tem necessidade da isenção. "Sou estudante de escola particular, não tenho problema para pagar o transporte coletivo. Mas não acho justo que eu tenha acesso à escola e outros não, porque não têm nem como pagar para chegar no colégio. É uma questão de bem-estar social", diz ela. Boa parte dos estudantes deixou o local após a entrega do documento em que a Urbs se compromete a dar uma resposta sobre os questionamentos dos estudantes. Outros continuaram em frente ao prédio para assistir ao show de uma banda, que aproveitou o protesto para divulgar seu trabalho.

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