Prevista para ocorrer nesta quinta-feira (26), a votação do relatório de auditoria da tarifa pelo pleno do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) foi adiada depois de um pedido de vistas feito pelo conselheiro Ivens Linhares. A solicitação ocorreu para que a auditoria seja reavaliada diante das recentes mudanças na integração empregadas pelo governo do estado. O processo do tribunal pede a anulação da licitação do transporte coletivo de Curitiba e região e também a redução da tarifa em 16,7% em função de irregularidades encontradas pelos auditores do órgão no cálculo tarifário.

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Em regra, um pedido de vistas no órgão pode durar até quatro sessões do pleno. Elas são realizadas sempre às quintas-feiras. Mas Linhares, que também é vice-presidente do TCE-PR, disse que analisará o processo ‘o quanto antes’. O conselheiro fez o pedido por conta das recentes mudanças empregadas pelo governo do estado na integração metropolitana.

Advogados da Urbs e empresas de ônibus puderam se pronunciar durante a sessão de hoje. A empresa ligada à prefeitura de Curitiba havia pedido, na tarde da última quarta-feira (25), o adiamento da votação alegando cerceamento do direito de ampla defesa. Ela também pedia que a Comec, órgão do estado, fosse ouvida no processo. Segundo o TCE-PR, seis recursos administrativos protelatórios já haviam sido analisados e negados pelo órgão.

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O mandado de segurança, impetrado pela Urbs no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), foi negado horas depois pelo desembargador Guilherme Freire de Barros Teixeira

Também participaram da sessão de hoje representantes da Plenária do Transporte – grupo formado por entidades sindicais para pedir a anulação da licitação do transporte coletivo. Em seu discurso, o advogado João Luiz Nazareno da Silva, que representava os sindicatos, reafirmou a tese defendida pelas entidades para pedir um novo pleito.

“O edital pedia uma frota que já era utilizada pelas empresas e eles ainda pagaram um valor [de outorga] com dívidas que tinham com o município. Isso caracteriza a formação de cartel.”

O Relatório do TCE-PR

O processo do TCE-PR é relatado pelo conselheiro Nestor Baptista. O relatório, divulgado setembro de 2013, mostrou que a tarifa do transporte coletivo de Curitiba poderia ser 16,7% menor do que a vigente à época -- de R$ 2,70. O documento relaciona 40 irregularidades.

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Entre as principais falhas apontadas estão indícios de cartelização do sistema, irregularidades na composição de custos e concessão de gratuidade e fragilidade da fiscalização do Sistema de Bilhetagem Eletrônica, que afere a quantidade de passageiros transportados diariamente. Além da tarifa menor, a equipe de auditoria recomendou a anulação da licitação que deu origem aos contratos vigentes e a realização de uma nova concorrência.