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Brasília – O Conselho de Ética da Câmara abrirá na terça-feira mais 2 processos de cassação além dos 69 envolvendo deputados acusados pela CPI das Sanguessugas por suposto envolvimento com a máfia das ambulâncias. A Mesa da Câmara enviou ontem ao colegiado representação contra os deputados B. Sá (PSB-PI) e Domiciano Cabral (PSDB-PB), licenciado do mandato, por supostamente terem negociado o recebimento de propina de construtoras em troca de liberação de dinheiro referentes a emendas feitas ao Orçamento da União. Com a abertura do processo, acaba a possibilidade de os deputados acusados renunciarem aos seus mandatos para fugir de eventual cassação e perda dos direitos políticos.

Esse prazo para evitar a abertura de processo acaba na próxima segunda-feira, porque os ofícios de renúncia precisam estar publicados no Diário da Câmara de terça, quando o presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), vai instaurar os processos. No dia 2 passado, a Mesa havia aprovado o relatório do corregedor da Casa, Ciro Nogueira (PP-PI), que recomendava a abertura do processo de cassação dos dois deputados. O envio ao conselho, no entanto, ficou suspenso até que a Polícia Federal respondesse se havia mais documentos sobre a denúncias.

Sá e Cabral teriam sido flagrados em conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial. Nas conversas, B. Sá estaria supostamente negociando propina com executivo da construtora OAS. Domiciano Cabral estaria negociando propina com a construtora Cojuda, de propriedade de seu sogro, Julião Medeiros, para liberação de pagamento para obras da empreiteira.

Izar marcou para o dia 4 de setembro a escolha dos relatores das ações contra os 71 parlamentares. Por causa do grande número de acusados, os 15 membros titulares e 15 suplentes do Conselho serão responsáveis por mais de um processo.

Inquéritos

O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, vai apresentar até o início da semana que vem novos pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares investigados pela CPI dos Sanguessugas.

No início dos trabalhos da comissão, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquéritos contra 57 parlamentares envolvidos nas fraudes. Como a CPI recomendou a abertura de processos de cassação contra 72 parlamentares, a expectativa do procurador-geral da República é aumentar o número de inquéritos no STF.

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