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Brasília (Folhapress) – Integrantes do Conselho de Ética manifestaram preocupação de que o plenário da Câmara volte a absolver deputados condenados pela instituição. Ontem, a Câmara arquivou o processo contra o deputado Pedro Henry (PP-MT), mas cassou o mandato de Pedro Corrêa (PP-PE).

O deputado Cézar Schirmer (PMDB-RS), relator do caso contra o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), afirmou que "surpreendente será se a partir de agora qualquer pessoa for cassada no plenário." O processo de Cunha deve ser, juntamente com o processo contra o deputado Wanderval Santos (PL-SP), votado na próxima quarta-feira.

Para o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) o resultado da votação de quarta-feira foi mais uma comprovação da tendência corporativista do plenário "de deixar impunes" os acusados de envolvimento com o suposto mensalão. "Quatro votos foi muito pouco. Diferença muito pequena. Deixa clara a tendência de absolvição do plenário", avaliou.

Para que o mandato de Pedro Corrêa fosse cassado eram necessários 257 votos a favor do relatório do Conselho. Em uma votação apertada, a cassação foi aprovada por 261 votos, apenas quatro a mais do que o mínimo necessário.

O Conselho registrou um baixo quórum na sessão de ontem. Apenas nove deputados acompanharam até o fim a apresentação do relatório de Edmar Moreira (PFL-MG), que recomendou o arquivamento do processo contra o deputado petista, José Mentor (SP).

Na contramão da opinião do resto do colegiado, o presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), demonstrou otimismo em relação às próximas votações.

"Espero que a partir de agora o plenário volte a acompanhar as indicações do Conselho. Este é o procedimento tradicional e normal.

Izar também disse que vai incentivar a apresentação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) para mudar o sistema de voto em plenário. Na opinião do deputado, a votação dos processos de cassação deve ser aberta e não secreta, como é atualmente.

Desde o início da crise política com as denúncias de corrupção, a Câmara cassou dois deputados e rejeitou o processo de cinco.

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