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Brasília (Folhapress) – A possibilidade de um "acordão" que livraria os deputados envolvidos no suposto esquema de mensalão já mobiliza parlamentares que querem evitar a impunidade no Congresso. O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), afirmou ontem que pensa em procurar o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), para discutir uma "campanha aberta" contra a impunidade.

O deputado petista Walter Pinheiro (BA) disse ontem que já procurou a liderança do PT na Câmara para tratar do assunto. "Temos que ter uma postura firme contra isto. O acordo que ocorreu para a absolvição do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) não pode se repetir", afirmou Pinheiro. O deputado baiano é o único que não trata o acordão como uma hipótese, mas sim como um fato consumado.

"Este acordo não guarda relação institucional com qualquer instância do PT ou com o governo. O governo não se meteu nisto. O acordo está sendo costurado entre os envolvidos e temos que ter uma postura firme contra qualquer tipo de acordo", disse.

"Próximo será cassado"

Em entrevista coletiva na terça-feira, Serraglio afirmou estar preocupado com um acordão pelo qual "eu apóio o seu partido, você apóia o meu e nós encobrimos tudo" e deu como exemplo desta "engenharia política" a absolvição de Romeu Queiroz.

Na opinião de Walter Pinheiro, a absolvição de Queiroz no plenário, de forma contrária à orientação do Conselho de Ética que pediu a cassação do mandato do deputado mineiro, desmascarou o acordo e "o próximo acusado com certeza será cassado, seja ele quem for".

Segundo Pinheiro, a "absurda convocação extraordinária com plenário somente a partir do dia 16 de janeiro" agravou a situação dos envolvidos que arquitetavam o acordo em busca da impunidade. "A convocação ajudou na leitura de que o próximo julgado será cassado. Dentro e fora do Congresso todo mundo está de saco cheio da impunidade. A sociedade acredita que o acordão é apoiado por todos." De acordo com Pinheiro, o principal problema é o sigilo do voto na cassação. "O voto é secreto. Como é que eu provo na minha base como eu votei? Não tem como."

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