Contêineres improvisados abrigam índios removidos de aldeia

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Doze dos 22 índios que moravam na aldeia Maracanã, localizada ao lado do estádio do Maracanã, no Rio, já estão na área destinada pelo governo do Estado que vai abrigá-los temporariamente até que uma nova aldeia seja montada.

Seis contêineres foram adaptados em quartos e banheiros masculino e feminino, e cozinha. Cada quarto tem seis camas de solteiro. Na cozinha tem geladeira, fogão e mantimentos. Os contêineres estão sob uma tenda branca cercada por grades de metal.

"Estamos satisfeitos porque será temporária nossa permanência aqui, até a aldeia ficar pronta. Acredito que em 30 dias podemos nos mudar", disse a índia Vãngri Kaingang. "Por ser temporário, está bom", disse o cacique Carlos Tukano.

O secretário de Estado da Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, afirmou, no entanto, que o prazo para que a nova aldeia fique pronta é de meses. "Esperamos entregar antes [dos 18 meses]. Depende de licitação e o projeto executivo ainda não foi feito", disse.

A área fica localizada no Instituto Estadual de Dermatologia Sanitária do Rio. Cerca de 2.500 pessoas moram no local, entre ex-portadores de hanseníase e familiares. Segundo a diretora da unidade, Adriene Mendonça, não há risco de contaminação.

Remoção

A aldeia Maracanã foi desocupada na manhã de sexta-feira com a presença Batalhão de Choque da Polícia Militar. As crianças e idosos já tinham sido retirados pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos quando a polícia invadiu o local. Sete manifestantes foram presos.Homens do Choque empurraram os índios para fora na propriedade. Eles também usaram spray de gás pimenta e bombas de efeito moral. O coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM, informou que 200 policiais participaram da ação, entre homens do Bope, do Batalhão de Choque e do 4º Batalhão da PM.

Durante a invasão da polícia, manifestantes fecharam uma pista da Radial Oeste, no sentido leste. Quatro bombas de efeito moral foram detonadas para dispersar os manifestantes que ocupavam a avenida. Um índio ficou ferido e precisou de atendimento médico.