Municípios
Emendas são principal fonte de recursos
Cascavel - Luiz Carlos da Cruz, correspondente
Na primeira assembleia da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), que abriga 51 cidades, a pauta central foi o enxugamento de gastos do governo federal. Os prefeitos de cidades com menor poder econômico temem perder a principal fonte de recursos. "Hoje dependemos das emendas parlamentares", diz o prefeito da cidade de Jesuítas e presidente da Amop, Aparecido José Weiller Júnior.
Assim como em Maringá, as obras do PAC para a região de Cascavel não serão afetadas. As obras do Contorno Oeste, que vai dar maior fluidez de trânsito nas rodovias federais BRs 163, 467, 277 e 369 não devem ser atingidas. O supervisor regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Vicente Veríssimo Junior, disse que as obras estão em fase final. As duas pontes, a trincheira e o viaduto sobre a BR-277, parte mais engenhosa da obra, já foram concluídas. A previsão é de que até agosto a obra fique pronta.
Além de Curitiba, Maringá é outra cidade que pode ser prejudicada com o corte orçamentário da União. O município conta com R$ 27 milhões para investimentos em infraestrutura urbana obtidos por meio de emendas parlamentares. Mas, segundo a prefeitura, obras que já estão em andamento estão garantidas, como a construção do Contorno Norte e o rebaixamento da linha férrea, que serão feitos com recursos do Proagrama de Aceleração do Crescimento (PAC). Já a revitalização da Avenida Brasil será feita com recursos do Banco Mundial.O secretário de Obras de Maringá, Laércio Barbão, afirmou que a prefeitura foi pega de surpresa com a notícia do corte. "Ainda não podemos listar alternativas em caso de corte de verba. Só vamos pensar nisso após um comunicado oficial", diz. Ele defende que os convênios já firmados entre governo federal e prefeitura não devem ser afetados.
O secretário estadual de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, considera real a chance de a cidade perder recursos. Em 2010, segundo o secretário, Maringá já sofreu com o corte no orçamento federal, quando R$ 35 milhões foram contingenciados. "O corte pode afetar a verba destinada às obras de infraestrutura, uma ação de todos os parlamentares do Paraná. Pode, também, barrar verbas de ações individuais dos deputados", diz.
O presidente da Urbanização de Maringá (Urbamar), Fernando Camargo, é cauteloso ao opinar sobre o caso. "A notícia do corte ainda é muito recente. É preciso analisar melhor como isso vai nos afetar", afirma. No entanto, Camargo acredita que, mesmo em caso de corte, ainda há tempo hábil para adequar os projetos municipais ao orçamento do governo federal em 2011.
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