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Sede abandonada: alunos do Beatriz Ansay estão tendo aulas em espaço inadequado | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Sede abandonada: alunos do Beatriz Ansay estão tendo aulas em espaço inadequado| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
  • Protesto na BR-116: fechamento de rodovia causou congestionamento de 11 quilômetros

Professores, pais e alunos do Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay, no Tatuquara, fecharam ontem o tráfego no trecho sul da BR-116 por duas horas. O protesto tinha um objetivo claro: lembrar as autoridades da situação precária vivida pela escola nos últimos cinco anos. Por volta das 9 horas, um grupo de 200 pessoas, a maioria crianças e adolescentes, bloqueou com pneus e pedras as duas pistas da rodovia que liga Curitiba ao interior de Santa Catarina. Com a chegada de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), às 10 horas, os ma­­nifestantes liberaram a via por 15 minutos, voltando a fechá-la depois até as 11 horas.

O bloqueio formou uma fila de 10 quilômetros saindo da capital e de 6 km vindo de Santa Ca­­tarina, de acordo com a PRF. Por volta das 11h30, o trânsito estava livre no sentido norte, mas ainda havia lentidão no sentido sul e o fluxo era controlado pelos policiais rodoviários. A situação só foi normalizada ao meio-dia.

Os manifestantes exigiam uma solução definitiva para o colégio, que não tem sede própria desde 2005. O prédio original foi demolido para dar lugar a um novo, só que as obras não andaram. As turmas foram re­­manejadas para salas emprestadas de duas escolas municipais da região. Isso durou até o primeiro semestre de 2006, quando o município pediu a devolução dos espaços. Desde então, os 1,2 mil alunos têm aulas em um prédio comercial alugado pelo governo do estado.

O edifício foi grosseiramente adaptado, está degradado e não oferece segurança. Quatro salas de aula foram improvisadas com divisórias de madeira. Com o uso, elas estão vergadas e cheias de buracos. Em outras salas, as paredes foram derrubadas para ampliar a capacidade e substituídas por travessões de sustentação. Mas o forro já caiu ou está caindo em todas elas. Apenas uma sala abriga a biblioteca, o almoxarifado, a despensa com os alimentos da merenda e caixotes com laboratórios de Química, Física e Bio­logia, que não têm espaço adequado para uso.

O colégio já foi palco de diversas cenas de violência. O governo só ergueu um muro ao redor do prédio quando professores e alunos se recusaram a voltar ao local depois que uma pessoa invadiu o local e disparou tiros nas paredes, em 2008. O episódio causou pânico, mas ninguém saiu ferido. Mesmo assim, no ano passado a escola foi roubada três vezes. Os ladrões entraram pelas janelas do segundo andar, que não têm grades, e levaram todos os sete computadores. A escola conseguiu repor dois deles com verba do governo federal.

Segundo o diretor da escola, Manoel Pereira, já foram realizadas várias audiências com representantes da Secretaria de Estado da Educação (Seed), mas nada foi feito e o colégio não tem verba para arcar com reformas. "Eles prometem obras para 30 dias e, quando chega a hora, nem respondem nossas ligações", protesta. A Seed informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só vai se manifestar sobre o assunto hoje.

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