Sistema de bilhetagem é questionado por empresas| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Bilhetagem

Sistema é operado em conjunto pela Urbs e empresas

O sistema de bilhetagem eletrônica desenvolvido pela Dataprom, apontado durante a CPI como obscuro e pouco confiável, é operado em conjunto pela Urbs e empresas de transporte coletivo de Curitiba. A Dataprom também fornece serviços para a bilhetagem das linhas metropolitanas – operadas pelas mesmas empresas que operam na capital, para quem, entretanto, o sistema tem gestão transparente e aberta.

O diretor de transportes da Urbs, Rodrigo Grevetti, explica que, assim como as urnas eletrônicas, o sistema de bilhetagem é controlado pela Urbs e empresas, que têm acesso a relatórios, com informações repassadas à Urbs.

Quando os dados – que foram conferidos pelas duas partes – batem, é realizado o pagamento. Para Grevetti, o primeiro indício de que os dados são corretos é esse: não sobra nem falta dinheiro nas contas dos cobradores. "O sistema é altamente controlável e se há alguma dúvida, ela pode ser dirimida com o cobrador," diz.

Veracidade

Questionada sobre a confiabilidade do sistema, a Dataprom afirma que os dados gerados pela bilhetagem tem índice de veracidade de 99,95%. "Há vários anos as empresas de ônibus já possuem condições de auditar o sistema por conta própria. É de se estranhar que ainda não o fizeram", diz a nota.

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O imbróglio envolvendo a contratação da empresa Dataprom, que presta serviços na operacionalização da bilhetagem eletrônica do sistema de transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana, pode se estender por, pelo menos, mais 30 dias. O contrato entre a empresa e as operadoras do transporte coletivo deve ser prorrogado por um mês, apesar de ser alvo de diversas contestações.

Durante a CPI do Trans­porte, as empresas de ônibus afirmaram que o serviço da Dataprom é mais caro do que o prestado por concorrentes – o que refletiria no preço final da passagem – e pouco confiável, informação que não é corroborada pela Urbs.

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A empresa de tecnologia da informação tem dois vínculos com o sistema. O primeiro é um contrato de 48 meses com o Instituto Curitiba Informática (ICI), realizado com dispensa de licitação, para desenvolvimento de software, que se encerra em setembro e não pode ser renovado. O outro é com as empresas de ônibus que venceram a licitação do transporte público, para manutenção dos equipamentos como catracas e validadores. Este vence no final do mês e pode ter continuidade.

Manutenção

No primeiro caso, a Urbs contratou o ICI para implantar a bilhetagem eletrônica por R$ 32 milhões. Para a manutenção dos equipamentos, as empresas recebem um valor de R$ 566 mil mensais e podem contratar qualquer prestadora de serviço. Inicialmente, elas contrataram a empresa Enterhelp, e depois mudaram para a Dataprom. O advogado do Setransp, sindicato que representa as empresas da categoria, Sacha Reck, afirmou em depoimento à CPI do Transporte que a manutenção por terceiros não é possível, sob o risco de perda de garantia dos equipamentos. Ocorre que o contrato firmado entre a Dataprom e as empresas especifica que a empresa só prestará serviços especializados de manutenção preventiva e corretiva nos equipamentos, sem qualquer menção ao sistema, que é de responsabilidade do ICI.

Em nota, a Dataprom afirma que a Enterhelp prestava um serviço parcial para as contratantes. A empresa informa ainda que recebeu um ofício do Setransp com pedido de prorrogação dos contratos firmados com as empresas de ônibus por mais 30 dias.