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Brasília – Os quatro controladores de vôo que trabalharam na torre de Congonhas na véspera e no dia do acidente com o Airbus A-320 da TAM – 17 de julho – traçaram ontem, em depoimento na CPI do Apagão Aéreo da Câmara, um quadro de problemas que expõem o acúmulo de vôos no principal aeroporto do país. Eles denunciaram que aumentou o número de reclamações de pilotos sobre as condições da pista após a reforma que não incluiu o "grooving" (ranhuras para aumentar a aderência). Também reclamaram da invasão das freqüências de comunicação com pilotos por rádios-piratas e torres de telefonia.

Inquirido pela deputada Solange Amaral (DEM-RJ), o controlador Eduardo Dayrel, com 21 anos de trabalho no local, afirmou que às vezes o tráfego em Congonhas é tão intenso que até 15 aeronaves são colocadas em espera, circulando sobre o aeroporto. O terceiro sargento Celso Domingos Alves disse não lembrar de reclamações de pista escorregadia antes da reforma da pista principal de Congonhas.

Alves, que tem 22 anos de idade e dois de experiência como controlador, relatou os últimos minutos da conversa. Apesar de ter alertado o comandante Cleyber Lima sobre a pista escorregadia, disse que os controladores trabalham com base na autorização da Infraero, não tendo autonomia para brecar as operações se o órgão disser que está tudo em perfeitas condições. "O pouso foi aparentemente normal até o toque na pista. Depois ele manteve a velocidade até a hora do acidente. Como operador, eu não podia fazer nem falar nada. Eu esperava que ele fizesse alguma manobra para parar o avião, uma derrapagem, uma arremetida, mas ele manteve até o final".

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