A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Fifa não escondem o receio de que a estrutura deficitária dos aeroportos brasileiros atrapalhe a Copa do Mundo de 2014 sobretudo em um país enorme, que exige deslocamentos por via aérea. A lentidão para iniciar as obras desses espaços já traz impactos na projeção do total de visitantes que serão recebidos pelo país.Segundo o professor de Inteligência de Mercado da FIA/USP e da UFPR, Ramiro Goncalez, espera-se entre 600 mil e 1,5 milhão de visitantes. "Se o Brasil receber 600 mil pessoas, já será ótimo. Nós vamos limitar a visitação de turistas pela capacidade dos aeroportos", opina.
O diretor-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), José Márcio Mollo, considera o calendário esportivo um agravante no cenário da aviação brasileira. "Há necessidades urgentes, mesmo sem a realização da Copa do Mundo. As passagens caíram e o poder aquisitivo cresceu, enquanto os aeroportos continuam com a mesma estrutura e cada vez mais saturados", diz.
Não é hora de pensar se ainda há tempo de transformar os aeroportos para os eventos, mas de começar as obras, na avaliação de Apostole Lazaro Chryssafidis, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar). "Agir é muito mais importante do que perguntar se há tempo. Em termos de movimentação, a Copa do Mundo é algo pontual. O problema da infraestrutura precisa ser solucionado com urgência", afirma.
Entre 2011 e 2014, a Infraero promete investir R$ 5,23 bilhões nos 13 aeroportos das cidades-sede, incluindo Curitiba, além de implantar módulos operacionais (que aumentam a capacidade de recebimento dos espaços em eventos) em Brasília, Guarulhos, Campinas e Cuiabá. Outros dez aeroportos de cidades próximas também devem receber melhorias.
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