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O acompanhamento psicológico foi fundamental para a recuperação do jornalista e advogado Senival Silva, de 63 anos. Ele tinha 28 anos quando o pai morreu de uma doença cardíaca congênita e, apesar dos alertas médicos, não deu importância ao risco: continuou fumando e evitando consultas médicas. Passados 20 anos, teve um enfarte do miocárdio, que foi seguido de várias complicações. Quando lhe perguntaram se faria um transplante de coração, aceitou na hora. "Minha mulher estava grávida e se eu não fizesse o transplante teria mais um ou dois anos de vida", conta.

De malas prontas, foi a São Paulo e ficou hospedado na casa de um parente à espera de um chamado. Cerca de dois meses depois um coração apareceu e ele foi submetido ao transplante. Após deixar a UTI passou mais 40 dias internado. "Fiquei mais de três meses fora de casa e quando voltei ainda permaneci um mês de repouso, usando máscaras cirúrgicas", diz. Os cuidados foram muitos: não pôde pegar o filho no colo antes de ele completar 6 meses e tinha que controlar a alimentação, fazer exercícios e tomar as medicações. "O transplante em si até que é fácil, difícil mesmo é a manutenção do organismo depois", afirma.

Senival conta que teve acompanhamento psicológico enquanto estava internado. "O acompanhamento é fundamental, até mesmo na fase de espera pelo órgão. É o momento mais complicado porque você não sabe se vão telefonar e, se chamarem, não sabe se vai aguentar esperar ou sobreviver ao transplante", lembra. De acordo com Senival, depois do transplante ele ainda passou dez anos voltando a São Paulo para fazer exames e ter acompanhamento médico. Depois disso encontrou especialistas em Curitiba, que assumiram as consultas. "Antes quem era transplantado não tinha esperanças de viver muito. Hoje ganha-se uma vida nova, que depende do próprio transplantado", diz. (AC)

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