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A linha da defesa que o advogado da campanha de Lula, José Antônio Toffoli, deve apresentar nesta semana na investigação judicial instaurada pelo TSE para apurar a compra do dossiê contra os tucanos será desvincular o episódio da campanha nacional. Para ele, não houve "benefício ao candidato requerido".

A tese a ser defendida é que o objetivo da operação era influir na campanha paulista, na qual Lula não seria parte interessada. Com isso, ainda que indiretamente, a tese da defesa de Lula pode fazer com que a responsabilidade recaia sobre Aloízio Mercadante. O principal nó a desatar é explicar a atuação de membros do comitê de Lula na operação, e o grande cuidado é para afastá-los do pagamento do dossiê.

Tem tempo – Até a noite de sexta, Toffoli não havia sido notificado para apresentar a defesa, e os documentos que integram o inquérito da PF não tinham chegado ao TSE. Comunicantes – Ricardo Penteado, advogado da campanha de Alckmin, considera insustentável a tese de que tudo diria respeito à eleição paulista. Lembra que, até agora, só um dos envolvidos não é da campanha nacional. "Benefício para o Mercadante é benefício para o Lula", afirma. Balancete – A campanha tucana prepara representação ao TSE para que o PT explique, nas prestações de contas da campanha já feitas, como foram computados os gastos com o tal dispositivo de "inteligência", onde atuavam os negociadores do dossiê. Saudosa maloca – Um petista comenta a versão de que o dossiê seria um produto 100% made in São Paulo: "Que eu saiba, o Lorenzetti não nasceu no Brás". O churrasqueiro é de Santa Catarina. Manda-chuva – Em julho passado, com Lula na Rússia, José Alencar concedia entrevista coletiva em Florianópolis quando uma voz estridente tomou conta do recinto: "Aviso que esta pergunta será a última que o presidente vai responder". Era Jorge Lorenzetti, que à época dava as cartas na campanha de Lula em SC. Aqui mando eu – "Quero dizer que vou ficar aqui, respondendo às perguntas de vocês, enquanto vocês tiverem perguntas para me fazer", atalhou Alencar, diante de um Lorenzetti vermelho. Trote? – A PF considera grande a possibilidade de não ter havido grampo nos telefones do TSE, e sim um erro da empresa que fez a varredura.

Conta-gotas – Uma luz amarela acendeu no comitê financeiro de Geraldo Alckmin: os recursos começaram a entrar em ritmo mais lento nos últimas dias. A situação hoje é de "ligeiro déficit". Inspiração – Os três servidores dos computadores utilizados no comitê de Lula em Brasília foram batizados pela equipe responsável pela área de informática. Chamam-se Fidel, Guevara e Lenin. É a economia 1 – Se confirmadas as pesquisas, Lula amargará sua primeira derrota no Rio Grande do Sul desde o segundo turno de 1989. Para muitos petistas, a explicação estaria menos na questão ética e mais nos problemas enfrentados por vários setores da economia local. É a economia 2 – Entre os descontentes com o governo do PT alinham-se os setores calçadistas e moveleiro, além de produtores de soja e de arroz. Ciente do desgaste no Sul, Lula desembarca no estado amanhã para anunciar uma nova usina termelétrica. Pressão – Em Pernambuco, Humberto Costa passou a desqualificar o procurador Gustavo Veloso, alegando sua suspeição para apurar o caso da máfia dos vampiros. O candidato petista ao governo tenta evitar ser alvo de denúncia pouco antes da eleição. Seus adversários apostam que a estratégia deve surtir efeito.

TIROTEIO

* Do historiador Marco Antonio Villa sobre o petista Jorge Lorenzetti, que em depoimento à PF declarou-se espantado. Disse ter suposto que o dossiê contra Serra não seria cobrado pelos Vedoin.

– Vem aí um novo programa do governo Lula: Dossiê-Zero. Você recebe um dossiê contra seu adversário gratuitamente. Basta fazer cadastro e receber o cartão magnético.

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