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Pela primeira vez, o ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Jorge Luiz Thais Martins, se defendeu publicamente das acusações que o levaram à prisão. Ele negou envolvimento no assassinato de nove pessoas no bairro Boqueirão, em Curitiba, nos últimos cinco meses. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao telejornal Band Cidade, da TV Bandeirantes, no último sábado.

Sem mostrar o rosto, Martins acusou um policial militar de ser o responsável pela série de assassinatos ocorridos entre agosto de 2010 e janeiro de 2011. "Sou inocente e fui escrachado. Não esperaram o julgamento para me condenar", declarou. O ex-comandante se apresentou à polícia na última sexta-feira e está detido no Quartel da Polícia Militar. "Por tudo que fiz nos meus 37 anos de serviço, não merecia isso", disse.

Segundo o coronel, o PM também teve um parente assassinado naquela região com golpes de chave de fenda. "O que consta dos autos, este policial militar jurou que iria se vingar em cima de todos os drogados da região", declarou.

Martins acredita em uma confusão das testemunhas no momento da identificação. "As testemunhas descreveram o autor como um homem de cabelo grisalho e curto. São características que batem comigo, mas com este outro militar também", afirmou.

Segundo o ex-comandante, sua arma de serviço, uma pistola ponto 40, é a única que já teve e ela nunca foi usada. Ele garantiu que a pistola será entregue à perícia hoje. "Jamais mataria essas pessoas. Se tivesse que matar, mataria a pessoa que puxou o gatilho e disparou quatro vezes contra meu filho", declarou.

Caso

O coronel é suspeito de ter cometido cinco atentados que resultaram na morte de nove pessoas e deixaram outras cinco feridas. Os crimes teriam sido motivados pela impunidade em torno do assassinato do filho dele, morto durante uma tentativa de assalto no mesmo bairro, em outubro de 2009, quando deixava a namorada em casa.

As investigações do caso revelaram que dois usuários de drogas poderiam ter cometido o crime, mas eles foram liberados por falta de provas. As pessoas que teriam sido mortas pelo coronel seriam usuários de droga e estavam no mesmo bairro onde seu filho foi morto, mas não teriam ligação com aquele crime.

Na sexta-feira, a delegada Vanessa Alice disse que o ex-comandante agia sozinho nos homicídios. Mas confirmou que ele teria contado com a ajuda de outras pessoas para fazer ameaças as testemunhas, vítimas e moradores próximos aos locais dos crimes. Suspeita-se que policiais acobertavam a prática dos crimes.

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