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O corpo da estudante de nutrição Priscila Boliveira, morta no último domingo após cair de uma altura de aproximadamente 30 metros, durante um salto de parapente na Praia de São Conrado, foi sepultado na manhã desta quarta-feira no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. A data do enterro coincidiu com o aniversário de 60 anos do pai da jovem, Ubirajara Boliveira Pereira, que estava visivelmente abalado. A mãe da estudante, a dona de casa Graze Boliveira, desmaiou várias vezes durante o velório e antes mesmo do sepultamento precisou de atendimento médico. "Conheço essa família há quase 10 anos. É uma dor imensurável", comentou o Secretário Municipal da Reparação da capital baiana, Ailton Ferreira.

O ator Fabrício Boliveira, irmão da vítima, também estava na cerimônia e preferiu não falar com a imprensa, que não teve acesso ao espaço da cerimônia. O sepultamento foi restrito à família e amigos, mas aproximadamente 400 pessoas compareceram ao cemitério Jardim da Saudade na manhã de ontem para acompanhar mesmo a cerimônia.

Rampa de São Conrado terá mais dois fiscais

Após o acidente, o Clube São Conrado de Voo Livre, que fiscaliza os voos, divulgou um laudo apontando o instrutor Allan Figueiredo como o único responsável pela queda de Priscila. O clube decidiu ainda reforçar a segurança das rampas da Pedra Bonita com mais dois fiscais. Eles ficarão responsáveis por checar especificamente os equipamentos de voo. Priscila estava com as travas das pernas soltas quando decolou. Atualmente, os quatro fiscais atuam apenas no controle da infraestrutura das rampas e das condições meteorológicas.

Às 16h45m de domingo, Priscila caiu de uma altura de cerca de 20 metros na Praia de São Conrado. Após analisar evidências, fotos e vídeos do momento do acidente, a comissão técnica do clube concluiu que houve negligência do instrutor na verificação do equipamento, já que as duas travas que sustentavam as pernas da nutricionista estavam abertas antes do salto. Por isso, o clube decidiu afastar o piloto por tempo indeterminado e reforçar a fiscalização na rampa, interditada desde o dia do acidente. O local só deve ser reaberto na segunda-feira.

No momento do acidente, o clube garante que as condições meteorológicas do local estavam adequadas para o voo. De acordo com o diretor de comunicação do clube, Vinícius Cordeiro, houve uma primeira tentativa de decolagem, que foi abortada. Neste momento, Priscila estava com as travas de segurança conectadas. Dois minutos depois, ela e o instrutor voltaram à rampa e, finalmente, decolaram. Mas já com as travas soltas.

Na manhã de terça, o advogado Marco Aurélio Gomes de Araújo disse que deixou de defender Allan Figueiredo. Marco Aurélio contou ter acompanhado o instrutor à delegacia no domingo, quando ocorreu a queda, a pedido do Clube de Voo Livre de São Conrado, mas que agora passa a defender os interesses apenas do clube. Segundo Marco Aurélio, Allan assumiria a responsabilidade do acidente.

De acordo com o advogado, Allan prestaria depoimento ontem na 15 DP (Gávea). No entanto, o delegado Fábio Barucke disse que a ida dele à delegacia está confirmada apenas para sexta-feira, quando Allan receberá a notificação oficial do indiciamento por homicídio culposo. O instrutor responderá ao processo em liberdade.

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