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O corpo do índio terena morto na última quinta-feira durante confronto com as polícias Federal e Militar em Sidrolândia (72 km de Campo Grande) passará por perícia a pedido do Ministério Público Federal.

De acordo com a Procuradoria, a necropsia será realizada nesta tarde por legistas de Brasília. Um dos peritos é ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

A Procuradoria diz que o corpo do índio Oziel Gabriel, 35, não passou por necropsia e foi liberado após exame simples realizado por uma funerária. Com isso, nem o calibre da arma que o atingiu foi identificado.

O confronto ocorreu durante cumprimento de ordem judicial de reintegração de posse da fazenda Buriti, comandada pela Polícia Federal e com apoio da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.

A PF afirmou que os agentes foram orientados a usar apenas armas não letais na ação, mas cada policial portava uma arma de fogo. A PM disse que usou apenas armas não letais (balas de borracha). Os índios também negam que tenham usados armas de fogo.

A perícia será feita no Instituto Médico e Odontológico Legal (Imol) de Campo Grande.Também nesta tarde acontece no Tribunal de Justiça da capital uma reunião comandada por representante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para ouvir líderes indígenas e fazendeiros e tentar buscar soluções para o conflito.

Um dia após a desocupação conflituosa na quinta-feira, índios terena voltaram a invadir a fazenda Buriti e permanecem no local, elevando o clima de tensão na região. Também houve invasão a uma outra fazenda, em Aquidauana (139 km de Campo Grande).

A área da fazenda Buriti, palco do conflito de quinta-feira, está em processo intermediário de demarcação como terra indígena, e é disputada entre os terenas e o produtor rural e ex-deputado estadual Ricardo Bacha, que afirma que a terra pertence à sua família desde 1927.

De acordo com a Procuradoria, informações sobre o andamento da reunião estão sendo transmitidas ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ.

Participam também representantes do MPF, Funai (Fundação Nacional do Índio) e Tribunal de Justiça do Estado.Segundo o MPF em MS, o governo federal não enviou representante.

Ameaças

Em nota, a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) manifestou preocupação diante dos conflitos fundiários recentes no Estado envolvendo índios.

"Solicitamos o apoio de tropas federais para garantir a ordem, no momento em que há ameaças à vida e risco de depredação das propriedades privadas", afirmou o presidente da entidade, Eduardo Riedel.

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