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Túmulo onde o arquiteto Oscar Niemeyer foi sepultado no cemitério São João Batista, no Rio | AFP PHOTO /VANDERLEI ALMEIDA
Túmulo onde o arquiteto Oscar Niemeyer foi sepultado no cemitério São João Batista, no Rio| Foto: AFP PHOTO /VANDERLEI ALMEIDA

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Cronologia

15.dez.1907 - Nasce no Rio

1928 - Casa-se com Annita Baldo, filha de imigrantes italianos, e conclui o curso secundário

1934 - Forma-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro

1935 - Começa a trabalhar no escritório de Lucio Costa

1945 - Filia-se ao Partido Comunista Brasileiro

1956 - Organiza o concurso para escolha do Plano Piloto de Brasília, vencido por Lucio Costa

1963 - Recebe o Prêmio Lênin Internacional da Paz

1983 - Projeta o Sambódromo, no Rio

2007 - Completa 100 anos, recebendo, entre outros títulos, a Ordem da Amizade, do governo da Rússia, e a Ordem Nacional da Legião da Honra, da França

5.dez.2012 - Morre no Hospital Samaritano, no Rio.

Veja na íntegra

  • Caixão com o corpo de Niemeyer chega ao Cemitério São João Batista, no Rio, onde foi enterrado no final da tarde desta sexta-feira (7)
  • Detalhe das coroas de flores mostra as homenagens de Fidel Castro e de seu irmão, Raul, atual presidente de Cuba
  • Homem se emociona em frente ao caixão com o corpo do arquiteto Oscar Niemeyer
  • Mãe segura o filho para que ele preste homenagem ao arquiteto
  • Duas mulheres prestam última homenagem a Oscar Niemeyer em seu velório no Rio de Janeiro
  • Guarda do caixão com o corpo do arquiteto teve honras militares
  • A viúva de Niemeyer, Vera Lucia, faz reflexão junto ao caixão do marido em velório no Rio de Janeiro
  • Local onde o corpo do arquiteto Oscar Niemeyer está sendo velado no Rio de Janeiro
  • O vice-governador do Rio, Fernando Pezão (à esq.); o governador do estado, Sergio Cabral (à dir.) e o prefeito da cidade, Eduardo Paes (centro) prestam homenagem a Niemeyer
  • Cadetes levam o corpo de Oscar Niemeyer até o interior do Palácio da Cidade, no Rio de Janeiro
  • Viúva de Niemeyer recebe o corpo do arquiteto no Palácio da Cidade, no Rio de Janeiro
  • Corpo de Oscar Niemeyer agora segue no avião da Presidência da República rumo ao Rio de Janeiro
  • Multidão fotografa a descida do corpo de Oscar Niemeyer pela rampa do Palácio do Planalto
  • Corpo de Niemeyer foi carregado por oficiais do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal
  • Militantes do MST também prestaram uma última homenagem ao arquiteto
  • Integrantes do movimento subiram a rampa do Palácio do Planalto para homenagear o simpatizante
  • Manifestantes protestam contra projetos do governo do Distrito Federal que, segundo eles, descaracterizariam a capital federal
  • Visão geral da fila na praça dos Três Poderes para entrar no velório do arquitero Oscar Niemeyer
  • Fila para entrar no velório se estendeu pela praça dos Três Poderes, em Brasília
  • Fila na rampa do Palácio do Planalto para entrar no velório de Oscar Niemeyer
  • Os presidentes da Câmara dos Deputados, Marco Maia (à esq.); do STF, Joaquim Barbosa (centro) e o vic-presidente da República, Michel Temer (à dir.) prestam homenagem ao arquiteto
  • A presidente Dilma Rousseff (à dir.) e viúva do arquiteto, Vera Lucia, prestam homenagem a Oscar Niemeyer
  • Dilma e a viúva do arquiteto, Vera, esperam pelo corpo de Niemeyer no alto da rampa do Palácio do Planalto
  • Corpo de Oscar Niemeyer sobe a rampa do Palácio do Planalto, em Brasília
  • Carro do Corpo de Bombeiros com o corpo do arquiteto passa pela Catedral de Brasília, uma das obras primas de Niemeyer na capital federal
  • Já na capital federal, corpo do arquiteto foi recebido com honras militares
  • Corpo de Niemeyer é embarcado no avião que o levou do Rio a Brasília
  • Corpo de Oscar Niemeyer é embarcado no avião que partiu do Rio de Janeiro rumo a Brasília
  • Museu de Arte Contemporânea, no Rio, uma das obras de Niemeyer. Arquiteto será enterrado na cidade
  • Vera Lúcia, esposa de Niemeyer, durante velório do arquiteto no Rio de Janeiro

Eram exatamente 18h desta sexta-feira (7) de verão, ainda com sol a pino, quando o corpo do arquiteto Oscar Niemeyer foi enterrado ao som das músicas "Cidade Maravilhosa" e "Carinhoso", tocadas pela Banda de Ipanema, que tinha o arquiteto como patrono desde 2010.

Ao contrário do que informaram familiares do arquiteto e funcionários do Cemitério São João Batista, o corpo de Oscar Niemeyer, comunista convicto, foi sepultado em um simples carneiro (sepultura perpétua) e não em um mausoléu.

Veja imagens do velório em Brasília e no Rio

Veja fotos do arquiteto

Relembre as obras de Oscar Niemeyer

Comunistas jovens e velhos, enquanto o corpo descia a sepultura, chamavam em alto e bom som: "Companheiro Niemeyer". Depois respondiam: "Presente".

O corpo do arquiteto foi levado no final da tarde ao cemitério. A cerimônia de enterro foi reservada à família e amigos. No local, também está sepultada a filha do arquiteto, Anna Maria, falecida em junho passado, aos 82 anos.

Velório

Cerca de 150 pessoas assistiram ao culto ecumênico que encerrou o velório iniciado às 8h30, no Palácio da Cidade. A cerimônia durou 30 minutos e foi acompanhada por parentes, amigos, colegas de profissão e admiradores anônimos que chegaram ao palácio pouco antes de os portões serem fechados e foram autorizados pela família a permanecer no salão.

A viúva, Vera Lúcia, ficou especialmente emocionada quando, de mãos dadas, o público cantou a música "Suíte do Pescador", de Dorival Caymmi, puxada pelo pastor luterano Mozart Noronha. No momento de saída do caixão, os companheiros aplaudiram e cantaram a Internacional, hino dos comunistas.

Os portões do Palácio da Cidade, em Botafogo, na zona sul do Rio, foram fechados às 15h para o público. Ao longo da tarde de forte calor, o movimento de pessoas que foram ao velório diminuiu.

Durante a manhã, estiveram no local muitos parentes, amigos, admiradores e políticos, entre eles os governadores do Rio, Sergio Cabral, e de Minas Gerais, Antonio Anastasia, os prefeitos do Rio, Eduardo Paes, e de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, a viúva de Luís Carlos Prestes, Maria, e o filho mais velho do líder comunista, Luís Carlos Prestes Filho, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, e Maria Estela Kubitschek, filha mais nova do presidente Juscelino Kubitschek, o grande impulsionador da carreira de Oscar Niemeyer.

O velório foi aberto ao público com atraso, por volta das 8h30 desta sexta-feira (7), no Palácio da Cidade, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Durante a noite e início da manhã, apenas parentes e amigos próximos tiveram acesso ao local. O corpo retornou de Brasília, onde foi velado no Palácio do Planalto, logo depois das 22 horas de quinta-feira (6), em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

Na chegada ao palácio carioca, o corpo foi recebido pela viúva, Vera, e pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer, sobrinho do arquiteto. Eles não falaram com a imprensa.

O neto de Niemeyer, Carlos Oscar Niemeyer Magalhães, que trabalhou durante 13 anos no escritório do arquiteto, disse que a família ficou muito emocionada com o carinho das pessoas durante o velório em Brasília. Segundo ele, o avô lhe ensinou importantes lições de vida.

"Ele sempre dizia três coisa para a gente. A vida é um segundo, vamos viver a vida bem vivida, com os amigos e com a família. O mundo é injusto, temos que modificá-lo e fazer aquilo que a gente puder fazer de melhor para ajudar a corrigir as desigualdades sociais. E a outra coisa que ele dizia é que a palavra mais bonita é solidariedade."

Como administrador do escritório do avô, Carlos contou que nem sempre era fácil gerir as finanças: "Como comunista, a ligação dele com o dinheiro era nenhuma."

O neto justificou a escolha da família em fazer o enterro no Rio pelo amor que ele tinha pela cidade. "Ele era apaixonado pelo Rio de Janeiro, apesar de ter projetado Brasília e gostar muito de lá. Mas o Rio era a cidade dele."

Várias personalidades prestaram uma última homenagem ao arquiteto nesta sexta. O governador do Rio, Sergio Cabral; o prefeito da cidade, Eduardo Paes e o vice-governador do estado, Luiz Fernando Pezão, chegaram cedo ao Palácio da Cidade. Também compareceram o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia; o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda; e de Maristela Kubitschek, filha mais nova do ex-presidente da República, Juscelino Kubitschek, que ergueu Brasília com os traços do arquiteto.

Outra presença ilustre foi do arquiteto e urbanista Jaime Lerner. "Foi um grande homem do seu tempo. É um homem cuja grandeza ultrapassou até a arquitetura. Foi um homem generoso. O maior arquiteto do mundo", disse ele.

Também prestaram homenagem ao arquiteto a viúva e o filho de Luís Carlos Prestes. Maria e Luís Carlos Prestes Filho puseram uma bandeira do movimento comunista sobre o caixão do arquiteto.

Entre as homenagens prestadas a Niemeyer foram destaque as coroas de flores enviadas pelo ex-líder cubano Fidel Castro e seu irmão, Raul, atual mandatário cubano.

Público se emociona em Brasília

Com lágrimas, cartazes e gestos, o público brasiliense procurou demonstrar a admiração pelo gênio da arquitetura. A estudante de arquitetura Luiza Solano, 21 anos, não segurou o choro. Nas mãos, um cartaz com uma frase dita por Niemeyer: "A gente tem que sonhar, se não as coisas não acontecem".

"É uma perda profissional e artística muito grande. Foi o talento dele que fez eu tomar a decisão de seguir a mesma profissão. Ele se foi, mas não morre no coração de cada arquiteto que o admirou pelo seu legado artístico", comentou.

A geógrafa Rosemaria Godinho saiu de Montes Claros (MG) e enfrentou cerca de 700 quilômetros de estrada para se despedir do arquiteto. "Vale a pena enfrentar sol, espera e distância para dar o último adeus a Oscar Niemeyer que deixou obras no Brasil e no mundo", disse. A fã espera ainda que os novos profissionais da área continuem o legado do "mestre Niemeyer". "Espero que novos arquitetos continuem sua obra", acrescentou.

Durante a cerimônia, duas presenças foram mais notadas que as demais. A primeira foi de um grupo de manifestantes que protestou contra mudanças propostas pelo governo do Distrito Federal e que, segundo eles, podem descaracterizar Brasília.

A segunda foi a homenagem de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que leram uma carta e cantaram uma música do movimento em torno do caixão do arquiteto.

Depois de três horas de velório, o caixão com o corpo de Niemeyer deixou o Palácio do Planalto. Coberto com a bandeira do Brasil, o esquife desceu a rampa carregado por cadetes do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, às 19h30. O corpo saiu em cortejo em direção à Base Aérea de Brasília, às 19h45, de onde seguiu para o Rio.

De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto e da Polícia Militar, 3,8 mil pessoas passaram pelo local durante as três horas de velório em Brasília. O caixão chegou às 15h45, e a entrada do público foi liberada às 16h40.

Ainda de acordo com o Planalto, o fim do velório foi antecipado a pedido da família de Niemeyer. Os parentes do arquiteto alegaram problemas de limitação de horário para o pouso do avião no Rio de Janeiro. A presidente Dilma Rousseff não acompanhou a saída do caixão, mas se despediu da família.

As pessoas que não conseguiram chegar a tempo do velório aplaudiram quando o corpo de Niemeyer deixou o palácio. Enquanto o caixão era posto no caminhão do Corpo de Bombeiros, eles cantaram o Hino Nacional. O trânsito na via que passa em frente ao Palácio do Planalto ficou interditado por cerca de 25 minutos, provocando congestionamento no local.

Morte

Oscar Niemeyer, principal nome da arquitetura no Brasil, morreu às 21h55 desta quarta-feira (5), aos 104 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo desde 2 de novembro. Inicialmente vítima de desidratação, o arquiteto também teve problemas nos rins e era submetido a hemodiálise, além de fisioterapia respiratória.

Na manhã desta quarta, Niemeyer sofreu uma parada cardíaca e sua respiração passou a ser mantida por aparelhos. A família do arquiteto ainda não se manifestou. O arquiteto completaria 105 anos no próximo dia 15. Niemeyer estava ao lado da mulher, Vera Lúcia, 67, e de sobrinhos e netos no momento da morte. Cerca de dez pessoas o acompanhavam em seu quarto.

Em outubro, ele havia ficado duas semanas no hospital também por causa de uma desidratação. Em maio, o teve pneumonia e chegou a ficar internado na UTI. Recebeu alta depois de 16 dias. Em abril de 2011, foi submetido a cirurgias para a retirada da vesícula e de um tumor no intestino. Na ocasião, ele ficou internado por 12 dias por causa de uma infecção urinária.

Niemeyer deixa a mulher, Vera Lúcia, 67, com quem se casou em 2006. Deixa ainda quatro trinetos, 13 bisnetos e quatro netos, filhos de Anna Maria --sua única filha, morta em junho deste ano aos 82--, fruto de seu casamento com Anita Baldo, de quem ficou viúvo em 2004.

Luto

A presidente Dilma Rousseff divulgou nota nesta quarta-feira (5) na qual lamenta a morte do arquiteto. "O Brasil perdeu hoje um dos seus gênios. É dia de chorar sua morte. É dia de saudar sua vida", escreveu a presidente da República.

Outra nota de pesar foi divulgada peloex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta. "Juntamo-nos a todo o Brasil no luto pela morte do arquiteto Oscar Niemeyer. Ele se vai, mas ficará sempre entre nós, presente nas linhas dos edifícios que plantou no Brasil e em todo o mundo", afirmou em nota publicada pela Instituição Lula.

"A monumental Brasília, onde deixou a marca de sua arte e concentrou seus sonhos de uma cidade que pudesse abrigar com carinho e conforto pobres e ricos, homens comuns e poderosos, será sempre a expressão máxima de sua genialidade e de sua generosidade", completou o ex-presidente.

"Oscar Niemeyer foi o maior arquiteto do Brasil. Um gênio da arquitetura mundial. Doce no trato, firme nas suas convicções e amado pelo povo brasileiro", declarou Sérgio Cabral, governador do Rio em nota. Ele decretou luto oficial de três dias no estado.

O governador Beto Richa também decretou luto oficial de três dias no Paraná. "Oscar Niemeyer foi a expressão mais genial da arquitetura brasileira e um homem sensível, que usou seu talento para engrandecer a humanidade. A obra de Niemeyer tem a exata dimensão da sua genialidade. Saúdo a vida e a grande contribuição que ele deu ao Brasil e ao mundo", disse Richa, nesta quinta-feira, em entrevista à Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo estadual.

Além desses, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), decretou luto oficial de sete dias em memória de Oscar Niemeyer.

Biografia

Oscar Niemeyer nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1907, mesmo ano em que a cidade recebeu o sistema de luz elétrica. Em 1928, ele se casa com Annita Baldo, filha de imigrantes italianos, com quem ficou casado por 76 anos, até o falecimento dela em 2004. A filha do casal, a designer e marchand Anna Maria Niemeyer, faleceu em junho deste ano, aos 82 anos. Desde 2006, quando tinha 98 anos, o arquiteto é casado com a sua secretária Vera Lúcia Cabreira.

Um ano depois de se casar pela primeira vez (1929), Niemeyer passa a integrar a Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, que, dois anos mais tarde, começou a ser dirigida pelo arquiteto Lúcio Costa. Em 1932, ele passa a atuar profissionalmente no escritório de Costa. Os dois participariam juntos, nos anos 1950, do planejamento da nova capital federal, Brasília, a convite do então presidente da República Juscelino Kubitschek.

Dentre as obras mais célebres assinadas pelo arquiteto carioca estão a sede do Ministério da Educação e Saúde, o antigo MES (1936), quando a capital federal ainda era o Rio de Janeiro, a Igreja da Pampulha (Belo Horizonte – 1940), a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque (1947), o Edifício Copan (São Paulo – 1951), o Palácio do Planalto (Brasília – 1958), a sede do Partido Comunista Francês (Paris – 1964), o Sambódromo da Marquês de Sapucaí (Rio de Janeiro – 1984) e o Museu de Arte Contemporânea (Niterói – RJ – 1996).

Em 1945, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e sempre deixou claro seu alinhamento com o pensamento de Karl Marx. No ano de 1956, idealiza o cenário da peça teatral Orfeu da Conceição, de autoria de Vinícius de Moraes.

Durante a Ditadura Militar, morou em Paris, onde chegou a montar um escritório em 1972. Ao longo de sua vida, recebeu diversas condecorações em reconhecimento pelo seu trabalho, como o Prêmio Imperial da Associação de Arte do Japão (2004).

Carioca

Nascido no bairro de Laranjeiras, no Rio, Oscar Niemeyer se formou em arquitetura e engenharia na Escola Nacional de Belas Artes em 1934. Em seguida, trabalhou no escritório dos arquitetos Lúcio Costa e Carlos Leão, onde integrou a equipe do projeto do Ministério da Educação e Saúde.

Por indicação de Juscelino Kubitschek (1902-1976), então prefeito de Belo Horizonte, Niemeyer projetou, no início dos anos 1940, o Conjunto da Pampulha, que se tornaria uma de suas obras brasileiras mais conhecidas.

Em 1945, o arquiteto ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), entrando em contato com Luiz Carlos Prestes e outros políticos. Ao longo das décadas, travou amizades com diversos líderes socialistas ao redor do planeta, viajando constantemente à União Soviética --conjunto de países comunistas liderado pela Rússia-- e a Cuba.

Em 1947, Niemeyer fez parte da comissão de arquitetos que definiria o projeto da sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. A proposta elaborada por Niemeyer com o franco-suíço Le Corbusier serviu de base para a construção do prédio, inaugurado em 1952.Durante os anos 50, projetou obras como o edifício Copan e o parque Ibirapuera, ambos em São Paulo, além de comandar o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Novacap, responsável pela construção de Brasília.

Ao lado de Lúcio Costa, ajudou a dar forma à nova capital, concebendo edifícios como o Palácio da Alvorada e o Congresso Nacional. Inaugurada em abril de 1960, Brasília transformou a paisagem natural do Brasil central em um dos marcos da arquitetura moderna.

Impedido de trabalhar no Brasil pela ditadura militar, Niemeyer se mudou em 1966 para Paris, onde abriu um escritório de arquitetura. Projetou a sede do Partido Comunista Francês, fez o Centro Cultural Le Havre, atualmente Le Volcan, realizou obras na Argélia, na Itália e em Portugal.

Após a anistia, retornou ao Brasil, no início dos anos 1980. No Rio, projetou os CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública, apelidados de "brizolões") e o Sambódromo, durante o primeiro governo de Leonel Brizola no Estado (1983-1987).Em 1988, Niemeyer se tornou o primeiro brasileiro vencedor do prêmio Pritzker --o Oscar da arquitetura. Depois dele, Paulo Mendes da Rocha recebeu a honraria, em 2006. Ainda em 1988, Niemeyer elaborou o projeto do Memorial da América Latina, em São Paulo.

Nos anos 1990 e 2000, a produção de Niemeyer continou em alta, com a inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (RJ), o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e o Auditório Ibirapuera, dentro do parque, em São Paulo.

Em 2003, exibiu sua versão de um pavilhão de exposições na tradicional galeria londrina Serpentine --que todo ano constrói um anexo temporário.Em 2007, projetou o Centro Cultural de Avilés, sua primeira obra na Espanha, construída durante três anos ao custo de R$ 100 milhões. Inaugurado em março de 2011, o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer foi fechado após nove meses, em meio ao agravamento da crise econômica, desentendimentos entre o governo local e a administração do complexo no dia do aniversário de 104 anos de Niemeyer. Em meados de 2012, no entando, o centro foi reaberto.

Mais de 60 anos após a realização do Conjunto da Pampulha, o arquiteto voltou a assinar um projeto de grande porte em Minas Gerais em 2010, com a inauguração da Cidade Administrativa do governo do Estado, na Grande Belo Horizonte.Atualmente, em Santos, está em execução o projeto de Niemeyer para o museu Pelé. A previsão é que a obra seja concluída em dezembro de 2012.

Acompanhe como foram os velórios do arquiteto

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