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Tragédia da TAM

Cenipa não aponta culpado

Folhapress

Brasília - A Aeronáutica descartou a falta da área de escape no Aeroporto de Congonhas como um fator contribuinte para o acidente com o Airbus da TAM, em julho de 2007. O relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáu­ticos (Cenipa), que não apontou responsáveis, foi apresentado em Brasília no sábado. O Cenipa apontou treinamento insuficiente do copiloto e a falta de um alarme na aeronave, já que um dos manetes não estava na posição correta. O Cenipa concluiu que não é possível atestar falha humana ou mecânica. O acidente matou 199 pessoas.

Manaus - A Força Aérea Brasileira (FAB) encerrou ontem as buscas na área do Rio Ituí, no Amazonas, em que o turboélice Caravan C-98 fez um pouso de emergência na quinta-feira, após a localização, às 9h30, do corpo do suboficial Marcelo dos Santos Dias, a 2,5 mil metros do local do acidente. A partir de agora, a operação coordenada pelo Centro de Investigação e Pre­­­venção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deverá concentrar-se no resgate da aeronave, que ainda está no fundo do Igarapé Jacupará. "Ainda não sabemos se vamos remover a aeronave dividida em partes ou integralmente", afirmou o comandante do 7.º Co­­mando Aéreo Regional (Comar), major-brigadeiro Jorge Cruz de Souza e Melo.

Com a retirada do avião, será possível ter mais detalhes sobre o que pode ter causado a pane. Nove pessoas sobreviveram, incluindo seis funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que atuavam numa operação para vacinar comunidades indígenas no Vale do Javari. Também servidor da Funasa, João de Abreu Filho, 33 anos, foi encontrado morto, dentro da aeronave, no sábado. As operações de busca contaram com 150 militares e dez aviões, que atuaram numa área de 18 mil quilômetros quadrados para socorrer as vítimas. No entanto, o resgate só foi possível graças ao alerta dado pelos índios matises, que acharam os sobreviventes durante uma caçada rotineira.

Por enquanto, o Cenipa evita especulações sobre possíveis causas do acidente. Fabricada em 1998, a aeronave foi adquirida da TAM pela FAB, em 2004. "A manutenção do C-98 mostrava que havia totais condições de voo", afirmou o brigadeiro. O avião havia partido de Cruzeiro do Sul (AC) às 8h30 de quinta-feira, com destino a Tabatinga (AM). Pouco antes de uma hora de viagem, porém, o piloto notou uma desaceleração e enviou um alerta de emergência.

Segundo os relatos de tripulantes ao jornal O Estado de S. Paulo, o piloto, o primeiro-tenente Carlos Wagner Ottone Veiga, conseguiu rapidamente localizar uma área, a 10 milhas da rota normal, para tentar o pouso forçado. Após conseguir uma descida com relativo sucesso, os militares iniciaram a operação de retirada dos passageiros, nos poucos instantes em que o Caravan permaneceu na superfície do Ituí. "Ele (o suboficial Dias) acabou preso no avião porque a correnteza fechou a porta e impediu que saísse", lamentou o diretor técnico do Hospital do Juruá, Marcos Melo, com base nas informações dos pacientes. O corpo do suboficial Dias, que tinha 42 anos, deverá ser sepultado no Rio, cidade natal do militar.

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