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Grupos de corrida e caminhada pedem mais segurança no Parque Barigui | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Grupos de corrida e caminhada pedem mais segurança no Parque Barigui| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

O clima de insegurança tem mudado a rotina de frequentadores do Parque Barigui. Figuras frequentes no local, os praticantes de esportes ao ar livre estão entre os mais vulneráveis à ação de bandidos. Foram eles que organizaram uma caminhada pela segurança no local, na manhã deste sábado (31). Cerca de 100 pessoas deram uma volta completa, com saída da Avenida Cândido Hartmann, questionando “onde está a segurança?”.

Insegurança

Pesquisa publicada pela Gazeta do Povo, em janeiro de 2015, mostrou que 44% dos curitibanos sentiam-se mais inseguros do que há um ano.

Leia matéria completa.

A iniciativa é da Associação dos Técnicos de Corrida de Curitiba (ATCC). Presidente da associação, Fábio Moralles Alonso, o Tchê, conta que a proposta do ato não é atacar politicamente os órgãos públicos, mas fazer com que as autoridades apoiem medidas que possam trazer novamente tranquilidade ao local.

“A gente não quer criar o problema porque o problema já existe. Queremos simplesmente que nos ajudem a solucionar”, desabafa.

Nos últimos dois dias, conta Tchê, o policiamento foi reforçado no local, tanto por parte da Polícia Militar do Paraná (PM) quanto da Guarda Municipal (GM). Mas o grupo não quer ações pontuais, em função do protesto. “Tem que ser mais ostensivo”.

Dona de uma empresa de assessoria esportiva, Denise Camilo era frequentadora assídua do Parque Barigui, em Curitiba. Não é mais. Em junho, duas tentativas de assalto consecutivas a afastaram do espaço.

O primeiro caso foi na noite do dia 8 de junho. Após o treino diário, já no estacionamento, a profissional foi abordada por quatro homens, que a jogaram para dentro do carro dela. Sorte ou o que quer que seja, a chave caiu e se perdeu dentro do veículo e, por isso, os criminosos não conseguiram levar o que queriam.

“Havia alguns policiais por ali e eles devem ter percebido a movimentação suspeita. Quando passaram, os caras fugiram”, relata Denise, que quase foi vítima de outro grupo de assaltantes apenas dois dias depois, também no Parque Barigui.

“A situação chegou ao extremo. Não adianta nem mais correr em grupo grande. Se botam arma na cabeça de um, o que os outros vão fazer?”, indaga.

Sem controle

Apesar da proliferação de casos de roubos e furtos relatada por frequentadores de parques de Curitiba, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) trabalha, no momento, apenas com dados da criminalidade por bairros. Para localidades específicas, a secretaria trabalha com tendências e mapas de calor para direcionar a atuação policial.

A Guarda Municipal, que tem um módulo no interior do Parque Barigui, também afirmou que não possui um levantamento completo sobre os crimes que ocorrem no local, mas apenas um recorte de situações eventualmente atendidas.

No mês de outubro, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prendeu uma quadrilha suspeita de cometer assaltos relâmpagos no local e outra que seria especializada em sequestro. O Coronel Zanatta, do 12.º Batalhão de Polícia Militar, pede à população que notifique as ocorrências, para ajudar a mapear o crime do local.

O militar ainda defende que os próprios frequentadores fiquem mais atentos, sem “usar joias”, “dispositivos eletrônicos em suas caminhadas” ou “namorar no estacionamento”, o que facilitaria a ação de bandidos.

Em nota, a assessoria de imprensa da prefeitura de Curitiba disse que a responsabilidade pelos crimes que ocorrem no local é da PM. “A Guarda Municipal cumpre papel suplementar ao da PM, de auxiliar na segurança fazendo patrulhamentos preventivos, e nesse sentido intensificou as rondas dentro do parque e mantém oito guardas municipais em módulo fixo na Cândido Hartmann”, diz a nota da prefeitura.

Segundo a prefeitura, quatro das seis câmeras de segurança que auxiliam no monitoramento do parque passam por manutenção após problemas provocados por um raio que danificou o sistema no temporal da última semana.

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