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Um dia após ser afastado do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Roberto Wider, disse nesta quarta-feira (27) que vai recorrer da decisão. Wider vai responder a um processo administrativo disciplinar.

Ele foi afastado após aprovação por unanimidade pelo CNJ do voto do corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, pela abertura de processo administrativo disciplinar contra o desembargador.

O CNJ determinou, ainda, que Wider fique afastado das funções de desembargador e que os processos que estavam sob sua responsabilidade sejam redistribuídos. Segundo reportagens publicadas pelo jornal O Globo, Wider teria ligações com Eduardo Raschovsky, que é suspeito de oferecer favorecimentos em processos judiciais em troca de dinheiro.

Roberto Wider se defendeu de todas as acusações e negou qualquer envolvimento com Eduardo Raschovsky. Ele disse que não houve interesse financeiro nas intervenções que mandou fazer em dois cartórios e afirmou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

O desembargador também apresentou documentos que mostram o balanço negativo de um dos cartórios, e o baixo faturamento de outro. Eduardo Raschovsky não foi encontrado para comentar o caso.

Investigações

As denúncias começaram em novembro de 2009. A série de reportagens do jornal "O Globo" afirmou que o magistrado teria envolvimento com lobista acusado de cobrar propinas a tabeliães, políticos e empresários em troca de favorecimento em processos judiciais.

O processo administrativo vai aprofundar a inspeção feita pela Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ, instaurada no dia 16 de novembro do ano passado, que concluiu haver indícios de possíveis irregularidades em atos praticados por Wider em relação a cartórios extrajudiciais do estado.

Dipp ressaltou também que será designado um conselheiro relator do CNJ para conduzir o processo disciplinar no qual o desembargador terá espaço para aprofundar as teses de sua defesa.

Licença

Wider já havia pedido licença do cargo por 30 dias, em novembro de 2009. Em sua carta ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça, ele informa que o motivo são as acusações que vinha sofrendo.

"Assumo, pessoalmente, o constrangimento íntimo, por certo indescritível, para quem dedicou toda uma vida à causa da Justiça, com o único propósito de permitir ao Órgão Especial desta Casa que faça uma completa investigação, livre de qualquer ordem de dificuldade", dizia o texto.

O documento continua com Wider afirmando que nada deve nem teme e diz: "Repudio, uma vez mais, o teor insano e calunioso dessas reportagens com minha máxima veemência e desassombro". No texto, Wider afirma ainda que apresentou ao Ministério Público uma representação contra os autores das reportagens.

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