Corrente marítima arrasta águas-vivas para a costa do PR

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O aparecimento numeroso de águas-vivas no Litoral do Paraná está relacionado a fatores oceanográficos, como ventos e correntes marítimas. A conclusão é de um grupo técnico composto pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Universidade de São Paulo (USP) e Corpo de Bombeiros.

Segundo o biólogo e professor da USP Antônio Carlos Marques, não houve aumento do número de águas-vivas neste ano. "Esses animais têm uma capacidade natatória limitada. Eles não se deslocam em grandes distâncias e tampouco decidem para onde vão. Estão sempre sujeitos ao regime de correntes. O que houve foi uma concentração das espécies que geralmente ficam a uma determinada distância da região costeira. Elas foram trazidas para as praias pela ação das correntes marítimas e climáticas", explica.

O resultado do estudo descarta outras hipóteses levantadas no início do surto, como poluição e ação humana. "Pelo menos aparentemente, não temos esse problema aqui no Litoral, de que a água-viva tenha vindo por causa da poluição", disse o diretor de Vigilância em Saúde da Sesa, Sezifredo Paz.

Incidência

O número de acidentes com águas-vivas no Litoral já passa de 13 mil desde o início da Operação Verão, em 12 de dezembro de 2011. A maior parte das ocorrências foi registrada nas praias de Matinhos, que teve cerca de 7 mil casos.

Segundo a Sesa, 99% dos casos foram leves, resolvidos já na areia da praia, com os guarda-vidas e a aplicação de vinagre sobre o ferimento. Até a última segunda-feira, 250 pacientes foram atendidos nas Unidades de Pronto Aten­­dimento de Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná, grande parte com sintomas leves.

A preocupação agora é com o grande número de banhistas que deve vir ao Litoral no carnaval. Foram impressos 250 mil folders de orientação para ser distribuído nos balneários de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná, e nas praças de pedágio. Além disso, funcionários da saúde que estão atendendo os casos no Litoral também estão sendo orientados.