A Polícia Federal (PF) prendeu 23 pessoas acusadas de extração ilegal de madeira em uma área do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Lapa, região metropolitana de Curitiba. A operação ocorreu ontem, no assentamento Contestado, onde vivem 105 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) em 108 lotes. Segundo a PF, foram detidos madeireiros, membros das famílias assentadas e a dona da madeireira Camargo e Cordeiro presa por receptação. A denúncia partiu da superintendência do Incra no Paraná.
Na operação foram apreendidos dez tratores especiais para o corte de eucalipto e pínus, uma máquina descascadeira, dois caminhões, duas caminhonetes e 15 motosserras. De acordo com o chefe do Departamento de Comunicação da PF, Altair Menosso da Costa, as pessoas responsáveis pelo corte não tinham licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para atuar na área. "A derrubada de pínus e eucalipto não é ilegal, mas para fazer o corte é necessário ter uma autorização do órgão competente", explica.
Menosso informou que não foi possível levantar o total de madeira apreendida devido à grande quantidade de toras. "Amanhã (hoje) enviaremos técnicos para fazer a medição correta da área e levantaremos o total de madeira apreendida. Além de todos os nomes dos envolvidos."
Em nota, o superintendente-regional do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, informou que o Incra está atento a qualquer atitude irregular nos assentamentos do estado. "O Incra denunciou essa quadrilha para a polícia em julho deste ano e está comprometido a promover esse tipo de ação onde houver necessidade", diz na nota. "Caso haja comprovação de participação de assentados na retirada de madeira de forma ilegal, eles terão seus contratos com o Incra cancelados e farão parte de um cadastro que os impedirá de participar do programa de reforma agrária em todo o território nacional", completa Lacerda.
Os presos vão responder pelo crime de de formação de quadrilha, furto qualificado e apropriação indébita. A PF informou que a operação contou com 57 policiais e 20 servidores do Ibama.
Toda a madeira e os equipamentos apreendidos no assentamento foram transportados para Curitiba e estão no depósito da Polícia Federal, no bairro Hauer. "Um comboio foi mobilizado para que as máquinas viessem rodando pela rodovia. Algumas até conduzidas pelas próprias pessoas detidas que foram escoltadas pela polícia", afirma Menosso.
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