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Brasília (Folhapress) – Com o objetivo de tentar afastar suspeita de "acordão" entre oposição e base governista, a CPI dos Bingos aprovou ontem o relatório do caso GTech sem votar, contudo, as emendas que propõem o indiciamento do ministro Antônio Palocci (Fazenda) e a exclusão, da lista de acusados, do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso. A votação dessas emendas poderá ocorrer só no fim da CPI, em 25 de abril, disse o presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL- PB).

O PSDB e PFL retiraram as emendas que pediam a exclusão entre os acusados dos ex-presidentes da Caixa – no governo passado – Sérgio Cutolo (de 1995 a 1999) e Emílio Carazzai (1999 a 2002). "Com relação ao indiciamento do Palocci, não há unanimidade da oposição", afirmou o líder do PFL, senador Agripino Maia (RN). A emenda foi, então, mantida.

O relator Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) concluiu, em seu relatório, que houve pagamento de propina pela GTech para renovação de um contrato com a Caixa, em 2003, destinado à operação de loterias.

Garibaldi diz que ex-secretários da prefeitura de Ribeirão Preto (SP), quando Palocci era o prefeito (1993–1996 e 2001–2002), e seu atual assessor no ministério, Ademirson Ariovaldo da Silva, participaram da negociação com a GTech em 2003. A propina teria ficado com o PT. Silva nega.

Ainda segundo o relator, já havia irregularidade na assinatura do contrato da Caixa com a GTech em 1997. Desde aquele ano até 2004, a Caixa teve um prejuízo de R$ 556 milhões com o contrato, afirma Garibaldi. Por essa razão, Cutolo e Carazzai foram acusados.

As decisões de ontem da CPI ocorreram sob o impacto de suspeita de "acordão". "Desde a semana passada, circulam rumores na Casa (Senado) de que estaria em curso um acordo entre a oposição e o governo para subtrair nomes. Por isso, nós retiramos as emendas para votar um relatório sem retoques", disse Agripino.

Indiciamento

O senador Valdir Raupp (PMDB- RO), articulado com o PT, manteve as emendas que pedem a exclusão de Mattoso, o atual presidente da Caixa, e de três ex-dirigentes da estatal no governo Lula. Raupp quer ainda suprimir o trecho em que a CPI aponta o prejuízo de R$ 566 milhões da estatal com a GTech.

Novas mudanças não poderão mais ser sugeridas ao relatório, disse Garibaldi.

O senador, porém, não enviará o pedido de indiciamento dos acusados ao Ministério Público Federal até a decisão sobre as emendas.

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