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São Paulo – A CPI dos Sanguessugas requisitará hoje ao Ministério Público e à Justiça Federal de Mato Grosso todos os dados disponíveis sobre as gestões de José Serra e de Barjas Negri no Ministério da Saúde durante o governo Fernando Henrique. A informação é do vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE). "Irei pessoalmente a Brasília nesta segunda-feira para providenciar a requisição", disse Jungmann.

Segundo o deputado, a CPI deseja obter cópias do vídeo, do DVD e das fotos que compõem o dossiê que Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, tentou vender como peça de campanha contra Serra.

A comissão quer conhecer também o teor da nova representação que Vedoin protocolou no Ministério Público Federal, em Cuiabá, com acusações contra Barjas Negri, que assumiu a pasta da Saúde em 2002, quando Serra deixou o governo para concorrer à Presidência da República.

"Desde o início dos seus trabalhos, a CPI fixou uma espécie de súmula", disse Jungmann. "Não corremos atrás da palavra do (Luiz Antônio) Vedoin. Sabemos que ele se transformou, por assim dizer, num pistoleiro de aluguel. Mas não podemos desconhecer os documentos e comprovantes levados formalmente ao Ministério Público e à Justiça. Temos a obrigação de analisar os dados, para saber se têm consistência".

Jungmann afirmou que, vencida a fase em que foram apuradas as acusações contra os congressistas sanguessugas, a CPI voltará as suas atenções para as ramificações do esquema no Poder Executivo. Informa que Serra e Barjas Negri, os dois ex-ministros de FH, "receberão o mesmo tipo de tratamento" que vem sendo dispensado a Saraiva Felipe (PMDB) e Humberto Costa (PT), os dois titulares da Saúde na administração Lula que estão sendo investigados.

"Não se está prejulgando ninguém. Mas os dados com os quais trabalhamos são peças que compõem a apuração oficial. E nós não podemos nos furtar a analisá-los. Até para verificar se têm ou não consistência."

Até aqui, em todos os depoimentos que prestara ao Ministério Público, à Justiça e à própria CPI, Vedoin isentara Serra e Barjas Negri de envolvimento no esquema da compra superfaturada de ambulâncias. E não foi por falta de pergunta. Os deputados crivaram-no de perguntas sobre a maneira como eram liberadas as verbas nas gestões tucanas.

Na ocasião, Vedoin disse à CPI que a liberação de verbas durante o governo Fernando Henrique era "normal".

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