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Brasília – Sem acesso aos sigilos telefônicos e outros dados recebidos quinta-feira da Polícia Federal, lacrados desde então pelo presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), os integrantes da comissão decidem se vão ouvir hoje o depoimento de três implicados na compra do dossiê contra políticos tucanos ou se farão uma nova convocação depois de analisar os documentos.

Até o início da noite de ontem, a ordem de Biscaia aos assessores da CPI era a de aguardar sua chegada ao Congresso, sem alterar o calendário. Ou seja: manter os depoimentos marcados para hoje à tarde do churrasqueiro do presidente Lula, Jorge Lorenzetti, do empresário Valdebran Carlos Padilha da Silva e do advogado Gedimar Pereira Passos, todos envolvidos na compra do dossiê Vedoin.

Prisões

Eles tiveram papel importante na trama. Valdebran e Gedimar foram presos em São Paulo, dia 15 de setembro, com R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê. Já Lorenzetti, ex-coordenador do setor de inteligência da campanha do presidente Lula à reeleição, foi acusado pela Polícia Federal de ser o articulador da compra do dossiê.

O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), acredita que vão perder tempo em ouvi-los sem saber o que há nos grampos telefônicos gravados pela PF no período da negociação do dossiê. "Daí a dificuldade em realizar esses depoimentos", explicou. Ele disse que vai pedir ao presidente da CPI que adie os depoimentos. "Senão, vamos coonestar com uma farsa", alegou.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) pensa diferente. Segundo ele, como a CPI não tem intenção de competir com a Polícia Federal ou com a Justiça Eleitoral, a conversa com os três pode ajudar a CPI a fazer um roteiro de investigação. "De qualquer forma, eles não devem revelar muita coisa", previu, citando entre os "pontos obscuros" da transação a foram como foi engendrada e a origem do dinheiro.

Na próxima terça-feira, a CPI vai ouvir os ex-ministros da saúde sobre a denúncia de envolvimento do ministério no esquema da compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento da União. O ex-ministro José Serra (PSDB), governador eleito de São Paulo, será o primeiro, seguido do prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB), que o substituiu no cargo.

Na quarta-feira, dia 8, estão previstos os depoimentos dos ex-ministros do governo Lula, Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB).

Documentos

A CPI também deve votar hoje requerimento protocolado pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da comissão, para que todos os membros da CPI tenham acesso aos documentos produzidos pela Polícia Federal sobre o caso.

Ele também vai avaliar se há necessidade em pedir à Justiça Federal mandado de segurança contra o delegado federal de Mato Grosso Diógenes Curado, que é responsável pela investigação do caso.

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