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Problema nacional: estudo mostra que falta de fiscalização também contribui para a entrada da droga no Brasil | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Problema nacional: estudo mostra que falta de fiscalização também contribui para a entrada da droga no Brasil| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Violência

Droga é problema para 65% dos municípios do Sul do país

O crack é problema para 65% dos municípios localizados em faixa de fronteira no Sul do país, região com o maior número de municípios nessas condições. As dificuldades enfrentadas são, em sequência, roubos, furtos e violência.

Dos municípios pesquisados pela CMN, 52% retrataram que são rota de tráfico. A maioria são cidades é de pequeno porte que não consegue ter controle sobre a fiscalização.

Na Região Sul, o crack e a cocaína são as drogas mais comercializadas, seguidas pela maconha. Questionados sobre a presença policial e fiscalizatória, os municípios mostram que há déficit.

A CNM revela que a articulação com as prefeituras aparece em 72% dos municípios pesquisados, o que demonstra a preocupação dos gestores municipais com a questão. As ações em conjunto acontecem em 57% das localidades, em 18% das citações há repasse financeiro da prefeitura às ações desenvolvidas.

"O tratamento, em maioria, é feito com recursos municipais e o Plano Nacional de Combate ao Crack, principal ferramenta disponibilizada pela União para combater o crack, não chegou em 88% dos municípios sulistas de fronteira", lamenta o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Os mais de 500 municípios da faixa de fronteira estão em concentrados em 11 estados da federação. Juntos eles somam 17 mil km, correspondem a 27% do território brasileiro.

O Brasil está falhando no combate ao crack e os municípios da faixa de fronteira são os que mais têm sentido os efeitos desse problema. A conclusão é do estudo Crack na Fronteira Brasileira, divulgado ontem pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Além da grande extensão de fronteira, a falta de equipamentos federais de fiscalização contribui para facilitar a entrada da droga, aponta o levantamento. As informações são da Agência Brasil.

A Região Norte é a que mais preocupa porque seus estados fazem fronteira com Peru, Bolívia e Colômbia, que são três grandes produtores de cocaína, matéria-prima para a produção do crack. "É o nosso grande calcanhar de Aquiles", avalia o presidente da CMN, Paulo Ziulkoski. "Nós estamos falando da fronteira com os três países que mais alimentam o Brasil com drogas. A ínfima presença de postos das polícias Federal e Rodovária Federal e da Alfândega chama a atenção", apontou.

Dos 98 municípios que estão na faixa de fronteira nessa região, 22 responderam à pesquisa da CNM, que foi feita por meio de um questionário virtual com as secretarias municipais de Saúde e Assistência Social. Entre os que responderam, foi apontada a existência de apenas um posto de Alfândega, um da Polícia Rodoviária Federal e nenhum posto da Polícia Federal.

Nas regiões Centro-Oeste e Sul a situação não é muito diferente, segundo a pesquisa da CNM. Na primeira, os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm 72 municípios em faixa de fronteira, dos quais 41 responderam ao questionário da CNM. Entre eles 85% disseram ter problemas específicos com o crack. "Nós podemos dizer com tranquilidade que temos pelo menos 400 quilômetros de fronteira livre entre um posto e outro de fiscalização nessa região", diz o presidente da CNM.

O presidente da CNM ressalta ainda que a segurança dessas áreas deve ser feita obrigatoriamente pela União. "Mesmo que os municípios tivessem dinheiro para fazer, eles não podem porque a Constituição determina que são os órgãos da União que devem atuar [nas fronteiras]", conclui.

Efeitos da droga

A violência e crimes como roubo e furto estão entre os principais problemas decorrentes da presença do crack nos municípios da região de fronteira do Brasil, segundo a pesquisa.

Entre os municípios que responderam ao questionário, a violência aparece com maior frequência, com 21% dos municípios o listando em primeiro lugar. Em seguida, 19% apontaram os furtos como principais problemas e 18% apontaram os homicídios. Roubos, com 16%, e exploração sexual, com 11%, também chamam a atenção.

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