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A quantidade de pessoas que frequentam cursos profissionalizantes aumentou ao longo da última década, principalmente entre os jovens da classe C, mas a maioria da população brasileira ainda não tem interesse pela educação profissional. Ou seja, a oferta de novos cursos não vai levar necessariamente a uma demanda maior no país. As conclusões são da pesquisa As Razões da Educação Pro­fis­sional, divulgada ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), pelo Senai e pela Con­­federação Nacional da In­­dústria (CNI).

O maior salto na procura dos cursos profissionalizantes se deu entre 2004 e 2007. Nesse período, o número de pessoas com dez anos ou mais que frequentavam ou já ti­­nham frequentado cursos de educação profissional saiu de 14,5% para 23,78%. O le­­van­tamento revelou ainda que o pico de procura por cursos profissionalizante se dá aos 15 anos. Atualmente, na classe C, 7,99% das pessoas entre 15 e 29 anos estão frequentando cursos de educação profissional. Nas classes A e B, são 7,13%, na D, 5,55%, e na classe E, 3,85%.

O diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, acredita que o crescimento da educação profissional na classe C reflete uma mudança cultural na sociedade brasileira, que ainda tem uma forte tradição bacharelesca. A nova classe média, em sua avaliação, vê o ensino profissionalizante como caminho para a mobilidade social.

Entre as pessoas que não fizeram curso de educação profissional, a principal razão — em 69% dos casos — é a falta de interesse. O segundo motivo são os problemas relacionados à renda pessoal (14%). A falta de cursos disponíveis (10%) está apenas em terceiro lugar. Quanto maior a renda, maior o peso da falta de interesse. Por outro lado, quanto menor a renda, maior o peso da falta de cursos na região. Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, lembra que as pessoas com curso profissionalizante têm remuneração maior do que aquelas que nunca frequentaram um.

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