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A violência e a pobreza não afetam os adolescentes brasileiros da mesma forma. Veja |
A violência e a pobreza não afetam os adolescentes brasileiros da mesma forma. Veja| Foto:

Educação

Índices de analfabetismo e evasão diminuíram

Da redação

De dez áreas investigadas, o relatório aponta evolução em oito aspectos no período de 2004-2009. Diminuíram, por exemplo, os percentuais de jovens de 12 a 17 anos que não estudam e não trabalham (de 6,6% para 5,4%); de adolescentes que só trabalham (de 4,8% para 3,4%); e de adolescentes não alfabetizados (de 2,5% para 1,6%). As informações são da Agência Brasil.

A taxa de abandono no ensino médio caiu de 15% para 11,5%, enquanto o percentual de quem frequenta o ensino médio subiu de 44,4% para 50,9%. Segundo o relatório, dois de cada dez adolescentes de 15 a 17 anos estão fora da escola. Metade dos que frequentam sala de aula ainda está no ensino fundamental, quando já deveria estar no ensino médio. A escolaridade média na faixa etária é 7,3 anos de estudo, quando deveria ser superior a nove anos de estudo.

O número de lares chefiados por crianças e adolescentes no Brasil dobrou na última década, informa relatório do Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef). Atualmente 661 mil casas são chefiadas por jovens entre 15 e 19 anos e outras 113 mil, por meninos e meninas de 10 a 14 anos. Os exemplos de lacunas de assistência para jovens entre 12 a 18 anos são encontrados em outras áreas. Apesar de a pobreza extrema ter caído entre a população em geral, entre adolescentes subiu de 16,3% para 17,6%.Lançado ontem em Brasília, o relatório "Situação da Adoles­cên­­cia Brasileira 2011", reúne dados de educação, saúde, violência e trabalho para demonstrar as barreiras enfrentadas por boa parte de me­­ninos e meninas de 12 a 18 anos.

O homicídio, por exemplo, é a pri­­meira causa de morte nesta fase da vida. Enquanto a taxa de homicídios da população em geral é de 20 a cada 100 mil, na população de 15 a 19 anos é de 43,2 a cada 100 mil.

Essa maior vulnerabilidade não afeta os 21 milhões de adolescentes – o equivalente a 11% da população brasileira – da mesma forma. O impacto muda de acordo com o sexo, a cor da pele, a condição pessoal e onde vive. A maior parte dos 500 mil adolescentes analfabetos é composta por meninos: 68,4%. No Nordeste, 32% de meninos e meninas entre 12 a 18 anos vivem em extrema pobreza, porcentual bem maior do que a média nacional para esse grupo, que é de 17,6%.

"Nosso relatório quer desconstruir um preconceito, o preconceito que vê a adolescência como problema, quando na verdade o problema não é o adolescente, é o contexto onde ele nasce, cresce, vive", afirmou representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier.

O relatório mostra que políticas inovadoras voltadas para adolescentes no Brasil não alcançam populações vulneráveis, são descontinuadas e feitas de forma tal que mais se assemelham a projetos-piloto. O documento observa que, apesar dos avanços alcançados pelo país, há ainda muito o que fazer para se enfrentar as diferenças existentes nesta população.

Apesar dos problemas, o levantamento constata que oito de dez indicadores analisados tiveram entre 2004 e 2009 uma expressiva melhora, como a redução do analfabetismo e do número de adolescentes que trabalham. Para o Unicef, é preciso colocar em prática no País políticas que garantam direitos dos adolescentes, assim como ocorreu nos últimos anos em relação à universalização dos direitos das crianças. Caso contrário, avisa, a agenda permanecerá inacabada e todo avanço realizado nos primeiros dez anos de vida, como vacinação e acesso ao ensino fundamental corre o risco de se diluir. Para o programa, medidas devem ser implementadas em parceria com próprios adolescentes.

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