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Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita).| Foto: Divulgação

Uma selva de plástico foi o cenário para as índias do estilista André Lima no sábado, na 23.ª São Paulo Fashion Week, que termina amanhã. Índias sensuais, de penachos, maquiagem de guerra e alta-costura no lugar das tangas. A indumentária, aliás, fez do desfile o recordista em atrasos até agora nesta edição: uma hora. Mas o show compensou, de índias as modelos viraram divas ao som de Rosana (sim, essa mesma que você pensou!) e com os vestidos de festa, longos, provocantes e muito femininos – com direito a decotes, cinturinhas de pilão, volumes em pontos estratégicos, flores e brilhos nos lugares certos. André levou mesmo a sério o conselho da musa oitentista: "Como uma deusa, você me mantém..."

O conceito é...

Ele já foi chamado de cientista da moda. Gosta de robótica e reproduz os conceitos da tecnologia na sua roupa. O curitibano Jefferson Kulig desfilou no sábado uma coleção inspirada nos "blends". E o que é isso? Ele define: "Os blens são a mistura de sabores, de culturas, de experiências e materiais – o que pode ser visto nessas roupas." Assim, surgiram palhas e metais juntos, tecido e borracha. Kulig explica que utiliza uma espécie de filme importado que aplicado ao tecido provoca o efeito emborrachado. No backstage, o estilista estava sendo paparicado pelos compradores estrangeiros. "Meu olhar está voltado para o mercado internacional e, para isso, é preciso que eu seja reconhecido por um trabalho cheio de marcas e personalidade."

Arco-íris

Já era de estranhar a falta de cor – cor de verdade – na passarela. As coleções até agora estavam meio soturnas, cheias de preto, alguns metalizados e poucas exceções coloridas. Cítricas, é certo, mas bem pontuais. Teve que vir a Cavalera, que voltou a ter na sua equipe de criação o estilista J. Pig, para fazer uma festa de rua, divertida, barulhenta e vibrante. Numa linha meio Versace – exagerada que só –, a marca abusou dos tons luminosos (como pink, vermelho, amarelo), dos volumes (balonês, babados, flores aplicadas e camadas e mais camadas de tecido), estampou tudo com flores e frutas e logotipos famosos, e teve até Homer Simpson e o vilão Darth Vader, de Guerra nas Estrelas. Teve dândis fashionistas em ternos coloridos, bombachas, saias de bailarina e Carmens Mirandas.

Nu com a mão no bolso

Na beira da passarela da Cavaleira, o roqueiro Roger, do Ultraje a Rigor, acampanhava com baquetas imaginárias as guitarras ácidas da trilha do desfile. O que ele estaria fazendo ali? É improvável que se deleite com requintes de moda – como caimento de tecidos e modelagem –, tendo em vista a indumentária formada pela dupla básica calça jeans e camiseta. ß Larissa Jedyn

‹ A jornalista viajou a convite do evento.

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