Uma série de assassinatos cometidos nas últimas semanas vem deixando a população do bairro Maria Antonieta, em Pinhais, sob medo constante. Desde o dia 15 de março, de acordo com informações do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, houve cinco homicídios na região. Três deles em uma chacina, no último dia 16.
Ontem, o comércio do bairro chegou a fechar as portas mais cedo, com medo de uma ameaça anônima feita por meio de carta. O autor do texto, deixado em algumas casas da região, dizia que os criminosos poderiam assaltar ou matar qualquer um que fosse visto depois de 19 horas na rua. Até o fechamento desta edição, porém, a polícia não havia registrado nenhum crime no bairro.
Quem mora na região, que fica perto da divisa com Curitiba, acredita que a seqüência de assassinatos pode estar relacionada a uma briga de gangues. O primeiro dos cinco homicídios foi no dia 15, quando Itamar dos Santos, 19 anos, foi encontrado morto a tiros. No dia seguinte, três homens foram encontrados na Estrada Ecológica de Pinhais, perto da linha do trem. Todos eram moradores da Vila Maria Antonieta e foram mortos com tiros na cabeça, o que dá a entender que foram executados. O quinto homicídio foi registrado na última quinta-feira. Lucimar dos Santos foi encontrado enforcado.
A Polícia Militar intensificou o trabalho de ronda no fim de semana. "Desde sexta-feira, quando apareceu o rumor sobre a carta, fiz questão de aumentar o trabalho e de verificar pessoalmente a veracidade das denúncias", afirma o tenente Marcos Silva, comandante do módulo policial que fica no bairro. De acordo com ele, não foi possível confirmar a existência da carta anônima. Para o policial, a suposta carta deve ser investigada, mas há indícios de que o problema vem sendo superestimado.
"Uma senhora que veio do Rio de Janeiro para cá me perguntou se é verdade que há toque de recolher. Falei que perto do Rio, aqui estamos no céu. Não há criminosos com esse tipo de poder por aqui", afirmou. Apesar disso, o tenente disse que ia manter o policiamento atento a qualquer movimentação estranha na região.
O boato do toque de recolher, porém, foi o suficiente para amedrontar a população. "Normalmente fechamos mais tarde, mas hoje só vamos ficar até as 18 horas", afirmou uma comerciante que não quis se identificar. O discurso entre os lojistas é o mesmo: já houve violência em dias recentes e portanto é bom não bobear com as ameaças. "Dizem que é guerra de gangues e eu não vou me expor a risco sem ter necessidade", comentou outro lojista.
O trabalho da polícia, segundo o tenente Marcos Silva, é mostrar à população que o risco é menor do que aparenta. "Quero que as pessoas percebam que há segurança e que não há motivo para acreditar que esses assassinatos estão todos ligados", afirmou o tenente. "Quero que os estudantes se sintam seguros para ir à aula e que os comerciantes tenham tranqüilidade para manter suas lojas funcionando", disse.
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