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A relação entre a Polícia Am­­biental e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) está abalada desde o começo de 2010, quando houve a troca na direção do instituto e o início de uma indefinição nas bases do convênio entre os órgãos, que deveria ser celebrado no ano seguinte.

Segundo ambientalistas, efetivamente nunca houve integração entre a polícia e o IAP. "A Força Verde estava dentro do IAP, mas, apesar de estarem próximos, o trabalho não era feito de maneira inteligente e articulada", afirma o consultor ambiental Francisco Lange. O que quer dizer que muitas decisões eram tomadas de maneira subjetiva e independente. Diante desse quadro, pedidos de fiscalização feitos pela população também acabam fragilizados. "É um jogo de empurra-empurra e, no final, ninguém atende a denúncia", diz Lange.

Clóvis Borges, diretor da SPVS, lembra que existe o disque-denúncia – ligação gratuita para a população relatar danos ambientais –, mas que jamais o serviço foi estruturado adequadamente. "A polícia atende aos casos no improviso. São centenas de denúncias por mês e uma resposta longe do ideal", exemplifica. Há ainda relatos de corrupção tanto de técnicos do IAP quanto de policiais ambientais.

Histórico

Não é de hoje, segundo especialistas, que a área ambiental sofre com a crise dos órgãos que deveriam preservar o meio ambiente. "E não é deste governo ou do passado. Digo que não se faz fiscalização séria há 30 anos. Nenhum governador conseguiu e, antes disso, falava-se muito pouco em preservação", afirma Borges.

Influenciados pela visão ruralista, de que é preciso desmatar para desenvolver, muitos políticos fazem vista grossa para crimes ambientais. "Agricultores pedem durante as campanhas para que as fiscalizações parem. É manipulação política, a mesma que está destruindo o Código Florestal", afirma o diretor da SPVS. "A questão é que o Estado tem um ranço ruralista", acrescenta o ambientalista e pesquisador Efraim Rodrigues.

Via satélite

A solução seria bastante simples, segundo Rodrigues e o ambientalista José Álvaro Carneiro. "No dia em que pudermos entrar em um site e checar todas as propriedades do estado, por meio de satélite, para saber se houve desmatamento ou não, a coisa será levada mais a sério. A população será efetivamente a fiscal", afirma Carneiro. Rodrigues diz que seriam necessários apenas um computador com imagens de satélite e alguém monitorando. "Sairia uns R$ 1,5 mil ao mês. É mais barato e seria muito mais eficiente do que é hoje."

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