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O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira que a crise agrícola brasileira, algo possivelmente sem precedentes nos "últimos 40 anos," deverá gerar uma queda de produção que poderá afetar os preços internacionais dos grãos.

- Se temos dois anos de crise sem soluções, este ano e mais o ano que vem, serão 12 milhões de hectares a menos. Com produção média de quatro toneladas por hectare, juntando milho soja e outros produtos, a queda na produção vai chegar a 48 milhões, 50 milhões de toneladas em dois anos - declarou Rodrigues, após o evento Perspectivas para o Agronegócio 2006 e 2007, promovido pela BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).

- Isso evidentemente fará um peso nos preços das commodities do mundo inteiro, porque o Brasil já é hoje um player relevantíssimo no cenário mundial - acrescentou ele.

Por causa do enfraquecimento do dólar frente ao real e do aumento dos custos de produção, nos últimos dois anos, o valor recebido pelos produtores não tem sido suficiente para cobrir os custos, principalmente em regiões importantes, como o Centro-Oeste brasileiro, distante dos portos exportadores.

O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo e caminha para se tornar o principal exportador da oleaginosa.

Rodrigues acrescentou que o governo já anunciou medidas emergenciais para a prorrogação de dívidas de custeio e investimentos que somam cerca de R$ 16 bilhões.

Ele afirmou que medidas consideradas estruturais, que prevêem a redução de impostos, devem ser divulgadas ainda no mês de maio, mas não quis detalhá-las.

- Estamos trabalhando para que não haja perda de produção - disse.

Entretanto, o ministro admitiu em seu pronunciamento, antes de falar aos jornalistas, que o cenário para a próxima safra não é favorável.

- Seguramente teremos a pior safra dos últimos cinco anos. Isso terá desdobramentos na cadeia produtiva, antes e depois - declarou, lembrando que os produtores de insumos e de máquinas já estão sendo afetados pela crise.

Sobre os protestos de agricultores que ocorrem no Centro-Oeste do país, o ministro admitiu que ainda não tem uma solução para todas as reivindicações do setor e observou que a crise está afetando a arrecadação de Estados e municípios.

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