A Comissão Pastoral da Terra (CPT) reuniu mais de 30 mil pessoas em uma romaria de protesto, realizada ontem em São Pedro do Ivaí (60 quilômetros de Maringá). A contagem é da organização do evento e da Polícia Militar. De acordo com a CPT, o protesto foi uma forma de chamar a atenção e de sensibilizar as autoridades para a crise vivida por pequenos agricultores. Pelos dados da comissão, a "categoria" está afundada em problemas: as dívidas vencidas somam R$ 8 bilhões em todo o Brasil; o salário de um trabalhador rural paranaense é de R$ 60; e na última década ocorreram 1,1 mil mortes e outros 9 mil casos de intoxicação causadas por agrotóxicos no Paraná.
"A romaria vem para os pequenos municípios porque é aqui que está o coração da agronomia", disse Isabel Diniz, coordenadora da CPT. Segundo ela, 58% do abastecimento no mercado interno sai dos pequenos agricultores. E apesar disso o "modelo" vigente privilegia os grandes produtores.
A Comissão Pastoral da Terra tem 1,2 mil agentes pelo Brasil, sendo que 50 atuam no Paraná. O grupo é formado por voluntários e militantes.
A primeira romaria paranaense foi realizada em Guaíra, em 1985. A edição de ontem começou por volta das 7h30. Um trio elétrico animou a multidão, que cantava hinos, orações e músicas populares. O clima era de confraternização e ficou emotivo conforme as atividades aconteciam. Ao todo, foram 76 ações com simbologia variada (como a exploração do homem do campo). Uma das que mais chamaram a atenção do público foi a colocação de uma cruz de 4 metros na entrada da cidade (o marco do evento). Feita de cedro, a peça indicava a vida e as peças de máquinas para ilustrar o sofrimento dos trabalhadores. Outro momento de emoção foi a homenagem à terra, feita com sete montes colocados na carroceria de um caminhão.
Os romeiros caminharam um quilômetro até uma pequena propriedade, onde encerram o evento com outras apresentações e orações.
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