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Brasília – Em visita relâmpago de seis horas ao Brasil, a primeira-dama e candidata à Presidência argentina, Cristina Kirchner, propôs ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva "qualificar’’ a relação entre os dois países. Segundo o assessor de Relações Internacionais de Lula, Marco Aurélio Garcia, o petista concordou com a proposta.

Sob críticas da oposição que a acusa de usar a máquina pública para se eleger, a primeira-dama visitou Brasília acompanhada dos ministros das Relações Exteriores, Jorge Taiana, e da Economia, Miguel Peirano. A comitiva utilizou uma aeronave presidencial da Argentina.

"Num mundo em que as coisas mudaram, em que somos grandes produtores de commodities, de fortes processos de industrialização estou convencida de que devemos qualificar mais ainda nossa relação"’, declarou Cristina logo após uma reunião com representantes de 14 empresas brasileiras, todas com negócios no vizinho.

Segundo a primeira-dama, Brasil e Argentina vivem "uma oportunidade histórica e inédita: não somente aproveitar essa associação para que isso se expanda em toda a região, de modo que possamos constituir um bloco econômico e político."

Os países representam as principais economias do Mercosul, bloco cujo fortalecimento tanto Lula quanto Cristina voltaram a defender ontem.

A "qualificação’’ proposta por Cristina significaria a adoção de uma postura mais "pragmática’’ de Brasil e Argentina na área energética. A idéia é buscar projetos de associação com países de grande potencial energético, como a Bolívia de Evo Morales e a Venezuela de Hugo Chávez.

"Falamos com o presidente Lula sobre a necessidade de fechar a equação energética na América Latina, essencialmente porque no mundo que virá quem tiver energia assegurada terá investimentos. É preciso ter cabeça aberta para esse tema’’, afirmou a candidata.

A Casa Rosada, aliada próxima de Caracas, defende a construção do megagasoduto do Sul, idealizado por Chávez, que cruzaria o continente levando gás da Venezuela para Brasil e Argentina. O Planalto, recentemente, tem se mostrado cético quanto à idéia. Funcionários do governo e o próprio presidente Lula já disseram que o projeto do gasoduto ainda necessita de embasamento técnico.

Favorita nas pesquisas, Cristina poderá ser eleita no dia 28, quando ocorrem as eleições na Argentina.

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