Um dos principais críticos do programa federal Mais Médicos, João Batista Gomes Soares renunciou hoje (30) à presidência do CRM (Conselho Regional de Medicina) de Minas Gerais.

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A saída de Soares aconteceu depois de a Justiça ordenar que o CRM-MG concedesse registro aos médicos estrangeiros inscritos no programa, incluindo os que não têm o Revalida (exame de revalidação de diplomas do exterior).

Soares defende que o registro seja dado apenas a profissionais que fizeram o exame e queria que o Ministério da Saúde apresentasse os dados dos tutores responsáveis pelos estrangeiros inscritos no programa.

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"Sinto-me afrontado em meus princípios morais e éticos. Não posso descumprir decisão judicial, por isso renuncio ao meu cargo de presidente do CRM-MG ao qual procurei sempre honrar", disse em uma carta de renúncia.

Ele afirmou ainda que "aqueles que classificam minha atitude como birra não entendem a importância e o papel do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais".

Na semana passada, o presidente do CRM do Paraná, Alexandre Bley, também renunciou ao cargo para não conceder registros provisórios aos profissionais do Mais Médicos com diplomas do exterior.Polícia

Soares se destacou como um dos principais críticos do programa do governo federal. Ele chegou a dizer que chamaria a polícia contra os médicos estrangeiros, por "exercício ilegal da medicina", e chamou esses profissionais de "ilegais".

Mais tarde, o próprio Soares diminuiu o tom das críticas. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele disse que via uma "uma luz no fim do túnel" e que não deveria ser "radical demais".

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Na ocasião, ele já tinha manifestado a intenção de deixar o cargo para não precisar assinar o registro. "Eu tenho a opção de renunciar e pôr o vice no meu lugar. Vou ter que pensar."

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