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Parque São Lourenço, criado na década de 70: espaço era curtume e fábrica de cola | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Parque São Lourenço, criado na década de 70: espaço era curtume e fábrica de cola| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Curitiba é considerada exemplo em restauração de áreas urbanas degradadas e será usada como modelo no Congresso Iberoame­ricano e do Caribe sobre Restau­ração Ecológica que ocorre na capital nesta semana. A cidade conseguiu encontrar soluções inovadoras para garantir que antigos espaços sem uso, como pedreiras e fábricas, pudessem proporcionar qualidade ambiental e social aos moradores. Por isso, os curitibanos receberão especialistas de todo o mundo para trocar experiências e tecnologias.

Hoje na cidade existem três an­­tigas pedreiras que foram transformadas em parques. A mais conhecida delas é a Paulo Leminski. Além dela, há o Parque Tanguá e o Bosque Zaninelli, que abriga a Uni­versidade Livre do Meio Ambiente. Esses espaços foram precedidos pelo Parque São Lourenço criado na década de 70. O que antes era um curtume e uma fábrica de cola ajudou o bairro Centro Cívico a não ter mais en­­chentes e alagamentos. "Curitiba há várias décadas se preocupa com a questão de enchentes e os gestores perceberam que a construção de parques poderia servir como meio de barrar esse fenômeno e ser um espaço de lazer. Ainda temos desafios, mas estamos avançados neste quesito", avalia Fernando Schena, gerente de projetos da Unilivre.

Schena explica que regiões na­­turais atuam no controle do micro-clima urbano, diminuem as ilhas de calor, ajudam a regular o nível de umidade e impedem a erosão.

O engenheiro florestal e professor da Universidade Federal de Santa Maria Fabrício Sutili estudou em seu doutorado alternativas inovadoras para reestabilizar margens de cursos de água. Ao invés de usar as técnicas tradicionalmente propostas pela engenharia, que empregam concreto e pedras, por exemplo, ele propõe que a restauração seja feita também com materiais vivos (plantas) do local.

O congresso

Esta é a primeira vez que o Con­gresso Iberoamericano e do Caribe sobre Restauração Ecológica é realizado no Brasil. O coordenador do evento, o presidente da Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas (Sobrade) e professor da Universidade Federal do Para­ná, Mauricio Balensiefer, afirma que o país foi selecionado em função de diversas questões, como o desmatamento na região Amazô­nica e o avanço da agricultura. "O Paraná, por exemplo, tinha 83% de cobertura florestal e hoje tem menos de 10%. Ainda temos pouco conhecimento sobre restauração de áreas degradadas e nossa legislação precisa avançar."

Serviço:

O Congresso acontece de 9 a 13 de novembro no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que fica na Avenida Comendador Franco nº 1341, no Jardim Botânico. Maiores informações no site www.sobrade.com.br.

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