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"Exportação"

Apesar de tradicionalmente imigrante, o estudo apontou São Paulo como a microrregião que mais exportou mão de obra qualificada entre 2005 e 2010. Segundo o levantamento, a capital paulista exportou 122 mil pessoas nesse período – 31 mil a mais do que as que chegaram. Para Marcelo Neri, isso pode ter ocorrido pela desconcentração econômica do país. Ele não descarta, porém, migrações para o interior do estado.

Aglomerados

Ritmo de crescimento de favelas é menor do que o aumento da população

Enquanto a população brasileira aumentou 14,5% entre os dois últimos censos demográficos, a quantidade de famílias vivendo em favelas teve um ritmo menor de crescimento: 6,2%. Entre 2000 e 2010, os aglomerados subnormais brasileiros ganharam 657.344 habitantes – passando de 10,6 milhões para 11,2 milhões. Das 11 capitais onde esses domicílios foram identificados, quatro tiveram reduções no tamanho de suas favelas: Curitiba (22%), Belo Horizonte (12,8%), Porto Alegre (6%) e Fortaleza (3,7%).

Casa-trabalho

Dobra o número de deslocamentos intermunicipais

Consequência direta do crescimento populacional em cidades metropolitanas, os movimentos pendulares mais do que dobraram no país. Em 2010, 15,4 milhões de pessoas deixavam o município de residência para trabalho e/ou estudo diariamente ante 7,4 milhões dez anos antes. Apesar de serem mais comuns em metrópoles, esses deslocamentos também podem ser explicados "pelo maior dinamismo da sociedade brasileira e da busca das pessoas por formação escolar e capacitação profissional".

Curitiba é a segunda microrregião brasileira que mais conquistou pessoas com alta escolaridade entre 2005 e 2010. De acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a capital paranaense atraiu 34.945 imigrantes com nível superior completo ante 22.433 saídas. O saldo dessa diferença coloca a cidade atrás apenas de Brasília, que reteve 17.330 talentos migrantes no período.

INFOGRÁFICO: Curitiba também está entre as dez com maior percentual de trabalhadores graduados

O estudo denominado "Cidades em Movimento" faz parte da publicação "Brasil em Desenvolvimento", documento em três volumes que deve ser lançado pelo Ipea na segunda quinzena deste mês. Além da retenção de talentos, ele também engloba aspectos como transporte e a vida nas favelas. No total, 558 microrregiões brasileiras foram analisadas.

De acordo com o levantamento, o saldo entre imigrantes e emigrantes com nível superior completo de Curitiba aumentou três vezes nos últimos 26 anos – passando de 4.006 (entre 1986 e 1991) para 12.512 (entre 2005 e 2010). Já entre as cidades que tiveram saldos positivos de migrantes com baixo nível de escolaridade, a capital paranaense parece apenas como a 14ª.

Curitiba também surge com destaque quando o assunto é a proporção de pessoas com nível superior em relação à população economicamente ativa. A cidade tem 22,7% dos seus trabalhadores formados – a 7ª entre as 558 microrregiões analisadas. A primeira é São Caetano do Sul, em São Paulo, onde 31,4% dos trabalhadores são graduados.

Para Marcelo Neri, presidente do Ipea e ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), o estudo mostra um novo padrão de deslocamento. "Os movimentos migratórios no Brasil têm diminuído, menos para pessoas de alta escolaridade. É uma busca pela retenção dos talentos devido ao crescimento econômico do país", afirmou.

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